quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Brasil tem até junho para cumprir acordo com observatório no Chile

Do G1 em SP -A participação brasileira como país-membro do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), grupo europeu de pesquisas astronômicas, pode estar ameaçada caso o país não cumpra o acordo estabelecido em dezembro de 2010, que prevê um investimento de 250 milhões de euros para a aceitação no consórcio, segundo o diretor-geral do ESO, o astrônomo holandês Tim de Zeuuw. Se o Brasil não entregar sua parte, a construção de um telescópio gigante já atrasada pode não acontecer.
Segundo Zeeuw, o prazo final para uma resposta financeira do Brasil precisa ocorrer até junho, seis meses depois do previsto no compromisso inicial firmado no final do mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do então ministro de Ciência, Tecnologia Sérgio Rezende.

“Se existe um prazo final? Acho que podemos dizer que sim, afinal o compromisso inicial era em dezembro de 2011. Se a situação não se resolver até junho, teremos problemas”, alerta o chefe do ESO.

Tim de Zeeuw cita que essa demora não é compreendida pelos outros países-membros do ESO. "Algumas nações que participam do grupo estão surpresas. E também não tem sido fácil entrar em contato com o governo brasileiro", diz. 

O ministério afirmou em nota que o projeto no valor de 250 milhões de euros foi reavaliado por conta de ajustes orçamentários feitos pelo governo brasileiro em 2011 e pela atual conjuntura econômica internacional.

 Ilustração mostra como será o Telescópio Europeu Extremamente Grande.
(Foto: ESO)
 
O ministério brasileiro afirma que após reavaliação, o projeto está em fase final de conclusão e deve ser enviado ao Congresso Nacional para votação em breve. Se aprovado, o valor, equivalente a R$ 566 milhões, deverá ser pago totalmente até 2021.

Se existe um prazo final? Acho que podemos dizer que sim, afinal o compromisso inicial era em dezembro de 2011. Se a situação não se resolver até junho, teremos problemas"
Tim de Zeeuw, diretor-geral do Observatório Europeu do Sul
 
Telescópio Extremamente Grande
O Brasil é peça-chave para tornar viável o projeto mais ambicioso da instituição atualmente: o Telescópio Europeu Extremamente Grande (E-ELT, na sigla em inglês), um instrumento óptico que contará com um espelho primário de 39,3 metros e será, segundo o ESO, o maior equipamento para detectar luz visível disponível no mundo.

Quando pronto, o telescópio deverá permitir pesquisas sobre os principais campos de investigação astrônomica atuais como a procura por planetas fora do Sistema Solar, a análise de buracos negros e pesquisas sobre a origem do Universo. O local escolhido para receber o instrumento é Cerro Amazones, no Chile.

Orçada em 1 bilhão de euros, a construção do equipamento estava prevista para começar em 2011 e pode demorar ainda mais caso o Brasil não garanta parte do investimento.

“Para que a gente possa começar a construção do telescópio, nós precisamos da participação brasileira”, explica de Zeeuw.

O país espera garantir transferência de tecnologia e participação da indústria nacional.

O ESO já disponibiliza instrumentos e instalações no Chile para uso de pesquisadores brasileiros desde 2011. A pasta de Ciência reconhece que 30% do tempo solicitado por cientistas nacionais foi cedido, valor pouco abaixo dos 32% aceitos, em média, para os outras nações.

Mudança ministerial
Tim de Zeeuw está ciente dos argumentos apresentados pelo Ministério da Ciência e diz compreender a dificuldade para um contato nos últimos dias, marcados pela mudança na pasta, com o ministro Aloizio Mercadante sendo substituído por Marco Antonio Raupp, chefe da Agência Espacial Brasileira (AEB).
 
“É natural a demora por responder neste momento, espero entrar em contato com Raupp em breve, que é uma pessoa com um passado ligado à comunidade astronômica”, diz de Zeeuw.

O diretor-geral também afirma não estar interessado em rediscutir as bases do acordo firmado em 2010. “O contrato inicial é bom para todas as partes, acho que ele faz sentido", afirma, sinalizando que as relações com o Brasil seguem amistosas. "Caso isso seja resolvido, nós esperamos por uma parceria que dure muitos anos."

Britânico descobre novo 'planeta' participando de programa de TV

Da BBC - Um espectador do programa de TV da BBC Stargazing Live descobriu o que seria um novo planeta aproximadamente do tamanho de Netuno e que teria condições de temperatura e ambiente similares às de Mercúrio.

 Novo exoplaneta teria o tamanho de Netuno. (Foto: BBC)
 
O astro orbita a estrela chamada SPH10066540 e seria cerca de quatro vezes maior que a Terra. Os pesquisadores ainda precisam se certificar de que trata realmente de um planeta.

O britânico Chris Holmes teria feito a descoberta ao atender a um pedido do programa para que seus espectadores utilizassem dados coletados pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, com informações relativas a possíveis novos planetas.

"Eu nunca tinha tido um telescópio. Tinha um interesse vago sobre onde as coisas se situam nos céus, mas não passava muito disso", disse o astrônomo amador Chris Holmes.

Ele encontrou o novo planeta ao analisar imagens de estrelas no site Planethunters.org, uma colaboração entre a Universidade de Yale e o projeto científico realizado por amadores Zoouniverse.

Chris Holmes, astrônomo amador que desvendou o novo planeta. (Foto: BBC)

Candidato a planeta
De acordo com o cientista Chris Lintott, da Universidade de Oxford e um dos organizadores do Planethunters, ainda será preciso realizar mais testes para se certificar plenamente de que a nova descoberta é de fato um planeta, mas ele acrescenta que tudo o leva a crer que sim.

"Se comprovada, esta será a nossa quinta descoberta desde que o projeto teve início e primeira feita por um britânico", afirma.

O telescópio Kepler, em atividade desde 2009, vem promovendo buscas em uma parte do espaço que muitos acreditam ser similar ao nosso sistema solar.

Telescópio revela detalhes de nebulosa em formato de 'olho'

Do G1 em SP - Uma nova imagem obtida pelo Observatório do Paranal, no Chile, mostra com detalhes uma nebulosa em formato de olho, mas conhecida como Nebulosa da Hélice. O astro foi vislumbrado por astrônomos do Observatório Europeu do Sul, organização de pesquisas em astronomia composta por 15 países, incluindo o Brasil.


O instrumento usado nas observações foi o Telescópio Vista, capaz de detectar radiação infravermelha. A nebulosa está localizada na direção da constelação do Aquário, a 700 anos-luz de distância da Terra -- 1 ano-luz vale aproximadamente 9,5 trilhões de quilômetros.

Segundo os especialistas, o astro teria sido formado no final da vida de uma estrela parecida com o Sol que habitava a região. Sem conseguir manter suas partes mais externas, a estrela começou a liberar camadas de gás no passado que formaram a nebulosa.

Na imagem, ainda é possível ver o que restou da estrela: um pequeno ponto azul no centro da foto mostra como a estrela se transformou em uma anã-branca, uma pequena estrela com muita massa.

Já a nebulosa é feita apenas de poeira, íons e gás, sendo que o anel principal do "olho" possui dois anos-luz de diâmetro -- metade da distância do Sol até a estrela mais próxima. Ao fundo, o telescópio Vista revela uma série de estrelas e galáxias.

A Nebulosa da Hélice, localizada a 700 anos-luz de distância da Terra.
(Foto: J. Emerson / Vista / ESO)

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