Da BBC
Pesquisadores chineses elaboraram uma nova teoria sobre como algumas estrelas podem se transformar em supernovas em um período muito menor do que o normal. A teoria existente explicava porque supernovas se formam em 100 milhões de anos, mas não esclarecia porque algumas supernovas - as do tipo 1a - surgem muito mais rápido. O segredo, segundo os pesquisadores, é que as estrelas anãs brancas sugam massa de "estrelas de hélio" até possuírem massa o suficiente para virarem uma supernova. A pesquisa foi publicada no periódico Monthly Noticesda Royal Astronomical Society.
Teoria anterior
As estrelas anãs brancas são "sobras" de estrelas como o Sol, em que o hidrogênio se transforma em hélio e depois o hélio vira carbono e oxigênio. A teoria anterior afirmava que as estrelas anãs brancas feitas a partir de carbono e oxigênio conseguiam acumular a massa de uma outra estrela na sua proximidade, chamada de "estrela companheira". Ao atingir um determinado tamanho (cerca de 40% do Sol), as duas estrelas - a anã branca e a companheira - passam por uma fusão. Em poucos segundos, o carbono das estrelas se transforma em elementos mais pesados, em um processo que libera quantidades gigantescas de energia. Esse processo é chamado de supernova. Como esse processo acontece com uma quantidade constante de claridade, os astrônomos usam supernovas para determinar distâncias no espaço.
Teoria nova
A teoria anterior estabelecia que esse processo de acumulação de massa duraria até 100 milhões de anos. No entanto, ela não servia para explicar as supernovas do tipo 1a, que podem acontecer em até metade deste tempo. O astrônomo chinês Bo Wang, do Observatório Nacional da Academia Chinesa de Ciências, investigou o fenômeno com cálculos que envolveram cerca de 2,6 mil pares de estrelas anãs brancas e estrelas companheiras. A equipe de Wang descobriu que se a estrela companheira é uma "estrela de hélio", a estrela anã consegue sugar sua massa mais rapidamente, criando uma supernova em menos de 100 milhões de anos. "Antes desta investigação, não havia modelo para explicar o surgimento de uma população tão jovem de supernovas do tipo 1a, e nenhum conhecimento de como isso acontecia em tantos números", disse um dos autores do estudo, Xuefei Chen, à BBC. Chen disse que a sugação de massa de estrelas de hélio produz a maioria das supernovas do tipo 1a observadas, mas não todas. Mas ele diz que a descoberta pode ter impacto nos estudos sobre evolução química das galáxias e sobre distâncias cosmológicas.
A equipe pretende estudar agora o surgimento em "alta velocidade" de estrelas de hélio, que seriam sobras das supernovas do tipo 1a.
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