Corpos celestes não causaram extinções em massa no planeta.Mas Júpiter e Saturno não são barreiras anticometas perfeitas.
Do G1, em São Paulo
O 2001 RX14, um cometa de longo período, flagrado pelo Telecópio Sloan Digital Sky Survey, instalado no Novo México (Foto: Mike Solontoi/Universidade de Washington - 2002)
Uma boa notícia: “apenas” 2 ou 3 cometas atingiram a Terra durante a mais potente chuva de cometas dos últimos 500 milhões de anos. Os responsáveis pela conta são os astrônomos Nathan Kaib e seu orientador de doutorado Thomas Quinn, da Universidade de Washington. O estudo foi publicado nesta quinta-feira (30) na “Science”.
Eles estimaram o maior número possível de cometas no interior da Nuvem de Oort, a “borda” do Sistema Solar coalhada por bilhões de corpos celestes desse tipo. O número real que o reservatório abriga é uma incógnita. Com o número máximo em mãos, Kaib e Quinn determinaram que não mais do que 2 ou 3 cometas poderiam ter atingido a Terra durante a mais potente chuva de cometas dos últimos 500 milhões de anos. “Isso quer dizer que as mais poderosas chuvas de cometas causaram eventos de extinção (da vida na Terra) relativamente menores e que outras chuvas foram menos severas, então as chuvas de cometas não são, provavelmente, responsáveis por eventos de extinção em massa”, diz Kaib.
Eles partiram da premissa de que o interior da Oort seria a única fonte de cometas de longo período. Um cometa de longo período gasta de 200 anos a dezenas de milhões de anos para cumprir apenas uma órbita do Sol. Há 3.200 corpos desse tipo conhecidos. Kaib e Quinn usaram modelos computacionais para simular a evolução das nuvens de cometas do Sistema Solar no último 1,2 bilhão de anos.
Agora, a notícia não tão boa. Nosso escudo natural anticometa pode falhar de tempos em tempos. A dupla de zagueiros Júpiter e Saturno normalmente barra os cometas despachados pela Nuvem de Oort que tentam chegar à parte interna do Sistema Solar – onde está a Terra. Ou os cometas se esborracham em um ou outro planeta gigante ou eles são expulsos de campo de uma vez por causa da influência gravitacional dos grandalhões. Mas alguns, poucos é verdade, podem furar a barreira. “Nós mostramos que Júpiter e Saturno não são perfeitos (nessa função) e alguns dos cometas da Nuvem de Oort são capazes de driblá-los. Mas a maioria, não”, afirma Kaib.
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