Titan é a maior lua do nosso Sistema Solar. Não tivesse o “azar” de estar ligada à Saturno, certamente seria classificada como um planeta, quase do tamanho de Mercúrio. Além do tamanho de um planeta, Titan é a única lua do Sistema Solar que possui uma atmosfera espessa e densa como a da Terra.
As semelhanças não param por aí: da mesma maneira que o tempo fecha de vez em quando e cai aquela chuva por aqui, em Titan o tempo também fecha e tempestades acontecem. Só que por lá chove metano, um hidrocarboneto que é líquido a -178 graus Celsius. Na Terra, metano é o gás natural que abastece termelétricas, aquece água em casas de várias cidades e move carros. Mas, ao que tudo indica, existe água, formando imensos blocos de gelo, numa paisagem que lembra bastante a geologia terrestre, como mostrou Rosaly Lopes, da Nasa, em uma palestra na semana passada aqui no Rio.
Mas neste caso, a disciplina é outra, meteorologia. Emily Schaller, usando o telescópio IRTF da Nasa e o Gemini Norte, ambos no Havaí, detectaram uma tempestade gigante, ou titânica se me permitem, quase do tamanho da Índia! Isso para o planeta Terra já seria assombroso, mas quando consideramos que Titan é bem menor, essa tempestade tem, literalmente, dimensões planetárias.
As nuvens em Titan são menores e se formam em uma frequência muito menor, tanto que durante 3 anos de monitoramento nada de impressionante havia sido detectado. Até que surgiu essa tempestade gigantesca, provocando chuvas torrenciais. Diferentemente dos canais e vales de Marte, que foram formados por ação da água há milhões de anos, em Titan a superfície está sendo modificada hoje, por metano líquido.
Postado por Cássio Barbosa
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