A sonda espacial europeia Rosetta fez nesta sexta-feira sua terceira e última passagem próxima da Terra em uma manobra para conseguir impulso e um bom posicionamento para tentar interceptar um cometa perto do planeta Júpiter.
A Rosetta, projetada pela Agência Espacial Europeia, foi lançada em 2004 e já passou duas vezes perto da Terra (em 2005 e 2007) e uma vez perto de Marte. Nesta última passagem a sonda pegou mais velocidade, necessária para chegar até o cometa 67P/Churymov-Gerasimenko.
De acordo com a agência, a sonda Rosetta passou pela Terra a uma velocidade de cerca de 13,34 quilômetros por segundo, acima do Oceano Índico, ao sul da ilha de Java, na Indonésia na manhã desta sexta-feira. A distância mínima entre a sonda e a Terra foi de 2.481 quilômetros.
De acordo com o engenheiros da missão, a passagem próxima da Terra (e da gravidade do planeta) deu impulso à sonda e aumentou a velocidade da Rosetta em 3,6 km por segundo.
Esta última passagem próxima da Terra também serviu para que os cientistas avaliassem o estado de alguns dos instrumentos da sonda, por meio de observações que a Rosetta fez da Terra e da Lua.
A Agência Espacial Europeia informou que alguns dos instrumentos da sonda estão ligados desde o início de novembro para observações e para procurar água na Lua. A primeira série de imagens será divulgada ainda nesta sexta-feira.
O encontro com o cometa 67P/Churymov-Gerasimenko deve ocorrer apenas em maio de 2014, depois de uma viagem de sete bilhões de quilômetros.
Asteroide
Antes de seu encontro com o cometa, a sonda Rosetta deve passar próxima do asteroide Lutetia em julho de 2010. Depois desta passagem pelo asteroide, a jornada até o cometa deve tranquila e, na maior parte do tempo, a sonda deve viajar usando o modo de hibernação. Então, em 2014, a Rosetta deve entrar em órbita em volta do cometa, uma bola de gelo e poeira de quatro quilômetros de largura, e soltar um pequeno aparelho para pousar na superfície do cometa, chamado Philae.
Enquanto o cometa se move da parte mais distante para o centro do Sistema Solar, a radiação do Sol vai fazer com que o gelo do cometa se transforme diretamente do estado sólido para o gasoso. O material será ejetado em velocidades supersônicas.
A sonda Rosetta vai analisar estes eventos enquanto o cometa viaja a uma velocidade de até 135 mil quilômetros por hora.
Os cientistas querem estudar mais detalhadamente os cometas, pois eles poderiam conter materiais que não passaram por maiores alterações desde a formação do Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos.
BBC
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