quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Aglomerado de galáxias mais antigo ainda está em atividade, diz estudo

Luz de CLG J02182-05102 levou 10 bilhões de anos para chegar à Terra.   Imagem é composta por observações dos telescópios Spitzer e Subaru.

Do G1, em São Paulo


Astrônomos da Universidade Texas A&M estudaram a imagem de um aglomerado de galáxias conhecido como CLG J02182-05102, cuja radiação infravermelha demorou 10 bilhões de anos para chegar à Terra e ainda forma novas estrelas. O resultdo do estudo foi divulgado na publicação The Astrophysical Journal Letters.

O fato do aglomerado ainda estar em atividade chamou a atenção no estudo coordenado por Kim-Vy Tran, astrônomado departamento de física e astronomia da universidade, que contou com um grupo internacional de cientistas, trabalhando durante 4 meses.

A aparência "moderna" do objeto chamou a atenção da equipe de pesquisadores e foi possível estimar que até hoje são produzidas centenas de milhares de novas estrelas todo ano. Observações em aglomerados de galáxias mais próximos identificaram estrelas com idades entre 8 e 10 bilhões de anos, o que pode indicar que CLG J02182-05102 estaria no fim do período de grande produção de estrelas.


Aglomerado de galáxias CLG J02182-05102 ainda está em atividade, segundo pesquisadores da Universidade Texas A&M. A região pode ser notada no centro da foto. (Foto: NASA / JPL-Caltech / Texas A&M)

Identificado pela primeira vez em maio de 2010 por meio do trabalho do astrônomo Casey Papovich, a coleção de 60 galáxias é o aglomerado mais antigo conhecido, formado apenas 4 bilhões de anos após o Big Bang.

Segundo a equipe coordenada por Tran, o inusitado no caso do aglomerado de galáxias é que o centro produz mais estrelas do que as bordas, o inverso do observado nas galáxias do Grupo Local, aglomerado no qual a Via Láctea está inserida.

As cores da fotografia são artificiais. Para os comprimentos de onda captados pelo Telescópio Spitzer, entre 4,5 e 24 mícrons, os tons usados são verde e vermelho, nesta ordem. O Subaru, equipamento japonês instalado em Mauna Kea, no Havaí, contribuiu registrando a parte azul da imagem, com comprimentos de 0,7 mícrons. Um mícron equivale a um metro dividido em um milhão de partes.

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