terça-feira, 7 de junho de 2011

Céu em junho e julho

O céu em Junho e Julho

Durante os meses de junho e julho as noites são frias e, frequentemente, muito claras e límpidas, o que torna o céu particularmente favorável às observações astronômicas.

A constelação de Virgem é facilmente localizável por meio da estrela Spica, de primeira magnitude e coloração branca. Virgem é, sobretudo notável pela extraordinária concentração de galáxias, isoladas ou reunidas no aglomerado da Virgem, cuja observação é bastante interessante. Localizado a noroeste de Epsilon de Virgem e, estendendo-se até a constelação de Coma Berenices, o aglomerado contém mais de 2.500 galáxias, situadas à distancia de 20 milhões de anos-luz. Uma observação visual frequente dará ao observador a possibilidade de descobrir uma supernova.

A estrela mais brilhante da constelação, Alfa de Virgem (Spica), é na verdade duas estrelas muito próximas que giram em torno de um centro de gravidade comum, num período de quatro dias. A estrela Gama de Virgem é também uma binária, com um período de 180 dias. Suas componentes são de terceira magnitude.

A norte de Virgem está a constelação de Coma Berenices; é uma das regiões do céu que vale a pena ser observada, mesmo a olho nu.
Mais ao norte está os Cães de Caça. Sua estrela principal é uma das mais belas duplas de fácil observação, com a ajuda de um binóculo. A componente principal é uma gigante azul, de terceira magnitude, cuja companheira está aproximadamente a 20 segundos de uma estrela amarela de magnitude cinco. Nesta constelação encontra-se uma das maravilhas do céu: a galáxia dupla NGC 5194, objeto de fácil observação, longe das cidades e com auxilio de um binóculo.

Ao norte vemos o Boieiro. O mais importante objeto deste asterismo é Arcturus (Alfa do Boieiro), que de fato é a sexta estrela mais brilhante (magnitude 0,2), visível ao telescópio, mesmo à luz do dia. O diâmetro de Arcturus é 26 vezes maior que o do Sol, e sua distância da Terra, relativamente pequena, é de cerca de 40 anos-luz.

A constelação do Boieiro contém inúmeras estrelas duplas: Epsilon Bootis, com um dos componentes amarelo e o outro azul e Psi Bootis, formada de duas estrelas azuis de quarta e quinta magnitude, são os melhores exemplos.

A constelação de Libra constitui uma zona de transição entre o campo de nebulosas extragalácticas de Virgem e os ricos aglomerados estelares de Escorpião. As suas três estrelas principais, Alfa, Beta e Tau de Libra, formam com Gama de Libra, um losango fácil de reconhecer no céu, sobre o alinhamento da Espiga (Alpha Virginis) e Antares (Alpha Scorpii).

Próximo ao zênite, a oeste, encontramos a constelação do Escorpião. A norte vemos as garras do Escorpião, formada pelas estrelas de terceira magnitude Beta, Delta e Pi do Escorpião. A supergigante vermelha Antares, de primeira magnitude, está acompanhada de estrelas de terceira magnitude que formam o corpo desta figura de fácil reconhecimento. Mais ao sul, a calda curvada do Escorpião é constituída por oito estrelas, sendo três de segunda magnitude (Epsilon, Teta, e Lambda Scorpii) e cinco de terceira magnitude (Mu, Eta, Iota, Kappa, e Upsilon Scorpii). Munido de um binóculo, esta região propicia uma grande quantidade de espetáculos celestes.

O objeto mais notável é a binária Antares, cujo nome, que significa “rival de Marte”, se deve à sua coloração avermelhada. Seriam necessários pelo menos 700 sóis para produzir uma radiação tão possante como a da supergigante Antares. O seu brilho leva quase 173 anos-luz para atingir a Terra. Antares tem um companheiro azul-esverdeado de sexta magnitude, de difícil observação, em virtude do seu brilho fraco em relação à estrela principal, mas que, visto ao telescópio, constitui um belíssimo espetáculo.

Ao estremo norte de Escorpião vemos a bela estrela dupla Beta Scorpii. Na realidade, trata-se de um sistema múltiplo formado por quatro estrelas.

A constelação do Escorpião é muito rica em aglomerados. Dois deles são visíveis a olho nu: os aglomerados Messier 6 e Messier 7, que se localizam na calda do Escorpião. O primeiro, no alinhamento das estrelas Eta e Lambda do Escorpião, é visto como uma nuvem clara, mas que toma a forma de uma borboleta quando observado com a ajuda de um binóculo. Mais ao sul deste aglomerado, próximo a Tau do Escorpião, está Messier 7, parecendo a vista desarmada uma extensa mancha esbranquiçada. Ao telescópio podemos distinguir mais de uma centena de estrelas que se destacam num fundo cintilante.

A leste do Centauro, no alinhamento entre Antares e as Guardas (Alpha e Beta Centauri), vemos a constelação do Lobo, asterismo notável pela abundância de estrelas de terceira e quarta magnitude. A olho nu ou com um binóculo veremos numerosos objetos, dentre os quais a estrela dupla Epsilon do Lobo, com as suas componentes coloridas de amarelo e azul, e o belo aglomerado circular, o NGC 5822, situado a oeste da estrela Zeta do Lobo.

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