A matéria escura é diferente da matéria que vemos normalmente (casas,  planetas, animais, estrelas). Sua presença não pode ser detectada diretamente.  Os cientistas sabem que ela existe pela influência que exerce na matéria visível  e pela maneira que altera o espaço, fazendo a luz de objetos distantes ser  distorcida.
Até o momento, o grupo conseguiu analisar seis aglomerados de galáxias. Essas  são as maiores estruturas unidas pela gravidade que existem no Universo. Cada  uma pode conter até milhares de galáxias.
Por serem gigantescos, os aglomerados de galáxias funcionam como "lentes  cósmicas" imensas, que amplificam e distorcem qualquer raio de luz que passe por  eles. Esse efeito é conhecido como lente gravitacional e é usado pelos  astrônomos para provar a existência da matéria escura.
Quando a luz de galáxias muito distantes atravessa o aglomerado, múltiplas  imagens do mesmo objeto se formam. O estudo dessa distorção permite saber quanta  matéria existe dentro do aglomerado (veja a imagem abaixo). Caso só existisse  matéria visível, a distorção observada pelos cientistas seria bem menor.
Um exemplo é do aglomerado MACS 1206, que está a 4 bilhões de anos-luz de  distância da Terra. 
Cada ano-luz equivale a quase 10 trilhões de quilômetros.  Nele, os astrônomos do Clash conseguiram ver 47 imagens múltiplas de 12 galáxias  recém-descobertas. Esse tipo de observação seria impossível sem a ajuda de um  telescópio de longe alcance como o Hubble.
Atualmente, os cientistas acreditam que a matéria visível represente apenas  4% do Universo. O restante seria composto por energia escura (73%) e por matéria  escura (23%).
O aglomerado de estrelas MACS 1206, um dos objetos investigados pelo  projeto Clash, que promove um 'censo' da matéria escura disponível no Universo.  (Foto: M. Postman (STScI) / Clash / ESA / Nasa)
 

 
 

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