Mais uma vez, eu sou portador de más notícias àqueles que acreditam em Nibiru 
e no Elenin como artífices da destruição da Terra. Caros amigos, lamento 
informar que, o cometa Elenin foi destruído!
Que doce ironia, não? O elemento que “traria a destruição da Terra” acaba 
sendo destruído e agora não passa de uma nuvem de destroços. Mas como se deu 
este fato?
O cometa Elenin, como todos os cometas ativos é – ou melhor, era – formado 
por um núcleo que, na verdade, não passa de uma bola de gelo sujo. De quando em 
quando, a configuração dos planetas gigantes em relação ao Sol provoca um puxão 
gravitacional que desestabiliza um objeto da nuvem de Oort. Essa nuvem é uma 
região bem grande, que guarda restos da formação do Sistema Solar e que abriga 
milhares de pedaços de rocha vagando pelo espaço. A nuvem de Oort é considerada 
um reservatório de cometas. Quando as condições que eu mencionei acima são 
favoráveis, uma dessas rochas, ou pedaços de gelo, avança lentamente em direção 
ao Sol, levando milhares, ou até milhões de anos para chegar por aqui.
Até que esses objetos se aproximem muito do Sol, eles passam despercebidos, 
pois são pequenos e refletem pouca luz. Quando eles chegam às proximidades do 
Sistema Solar, a radiação do Sol aquece o núcleo, que acaba evaporando o gelo, 
formando uma ou várias caudas. Dessa maneira, fica mais fácil de se detectar um 
cometa.
O caso do Elenin não foi nada diferente, seguiu essa prescrição e, não se 
sabe por que motivo, caiu no gosto dos fatalistas que estavam certos que ele 
traria o fim do mundo. A internet foi inundada de relatos de como esse cometa 
traria a destruição, inclusive associando vários terremotos com supostos 
alinhamentos com o sistema Sol-Terra. Numa continha rápida usando a famosa lei 
da Gravitação Universal de Newton, dá para perceber que um carro popular tem 
influência gravitacional muito maior sobre as placas tectônicas da Terra do que 
o Elenin.
E o que houve com o todo poderoso Elenin? Aconteceu com ele o que acontece 
com 3% dos cometas que se aproximam do Sol: eles se despedaçam em milhares de 
fragmentos de rocha e gelo que seguem na mesma órbita do cometa. Esse fato já 
era desconfiado mais ou menos na época em que eu escrevi este 
post sobre essa balela toda. Observadores haviam relatado que o brilho do 
cometa tinha diminuído, ao invés de aumentar, já que ele estava se aproximando 
do Sol. Então ele teria de ter se partido. Eu só esperei a confirmação oficial 
para voltar ao assunto.
Então ficamos assim. O fim do mundo fica adiado mais uma vez e, se você 
comprou uma casa ou um carro financiado achando que não ia precisar pagar todas 
as prestações, é bom começar a se preocupar!
Por Cassio Barbosa, Blog Observatório
http://g1.globo.com/platb/observatoriog1/
 

 
 

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