quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Descoberta explica comportamento anormal de nebulosa planetária

Astrônomos não tinham consenso para explicar jatos simétricos.
Estudo do Observatório Europeu do Sul foi publicado pela 'Science'.

Do G1, em São Paulo

 
Nebulosa planetária Fleming 1 (Foto: ESO/H. Boffin)
 
Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (8) resolve uma questão que os astrônomos tentavam solucionar havia tempos. A observação feita pela equipe do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), do qual o Brasil faz parte, confirmou uma teoria já existente, e pode servir ainda para aprimorá-la.

O estudo é sobre um fenômeno conhecido como nebulosa planetária que, apesar do nome, não envolve um planeta, de fato. Uma nebulosa planetária é uma concha brilhante de gás situada em torno de anãs-brancas – estrelas do mesmo tipo que o Sol, no último estágio de vida.

Mais especificamente, a nebulosa estudada foi a Fleming 1, conhecida por ter jatos extraordinariamente simétricos, o que é estranho para conjuntos como esse. Os astrônomos nunca haviam chegado a um consenso para explicar esse comportamento atípico.

O grupo liderado por Henri Boffin combinou observações do telescópio VLT e dados anteriores e concluiu que, no centro dessa nebulosa não há apenas uma, mas sim duas estrelas, que giram uma em torno da outra.
Pares como esse são conhecidos como estrelas binárias, e a hipótese já tinha sido apresentada para explicar esse fenômeno. Com a descoberta, os cientistas melhoram a compreensão de como esses conjuntos se formam no Universo.

"Os nossos resultados confirmam de modo consistente o papel desempenhado pela interação entre pares de estrelas, no sentido de darem forma, ou até formarem, as nebulosas planetárias," afirmou Boffin, em material divulgado pelo ESO.

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