sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Novo método permite medir massa de buracos negros com exatidão

Corpo na galáxia NGC 4526 tem massa 450 milhões de vezes a do Sol.
Cálculo é feito a partir de mudanças de posição em nuvens de gás.

Da EFE

Um grupo de cientistas europeus desenvolveu um novo método para determinar com exatidão a massa dos buracos negros localizados no centro das galáxias, segundo estudo publicado na edição desta semana da revista britânica "Nature".

O modelo permitiu aos pesquisadores calcularem que o buraco negro situado no núcleo da galáxia NGC 4526, a cerca de 55 milhões de anos luz da Terra, tem uma massa 450 milhões de vezes maior que a do Sol.
buraco negro (Foto: Nasa/ESA) 
Imagem obtida pelo telescópio Hubble mostra galáxia NGC 4526 e sua supernova 1994D
 (Foto: Nasa/ESA)
 
Para determinar a massa desse buraco negro, o grupo liderado por Timothy Davis, do Observatório Austral Europeu em Garching, na Alemanha, estudou os efeitos desse corpo celeste nas nuvens de gás molecular que o rodeiam.

Segundo os pesquisadores, é possível usar esse mesmo método para precisar a massa dos buracos negros no centro de muitas das galáxias próximas. Davis e sua equipe desenvolveram modelos que predizem o movimento das nuvens de gás diante da presença ou da ausência de um buraco negro. A partir da mudança de posição dos gases causada pelo buraco negro, é possível calcular sua massa.

Os buracos negros são regiões do espaço com uma concentração de massa tão elevada que seu campo gravitacional não permite que nada escape, nem mesmo a luz, o que dificulta qualquer medição direta de suas propriedades.

"O número de buracos negros que foram medidos com exatidão até agora é pequeno, e os métodos para fazer isso são limitados", argumentaram os cientistas. Eles explicaram que a estimativa exata da massa dos buracos negros facilitará a compreensão sobre como algumas galáxias se formaram.

"As massas dos buracos negros no centro de galáxias guardam uma relação direta com uma série de propriedades das galáxias, o que sugere que ambos poderiam ter evoluído de forma conjunta", ressaltou o estudo.

Para fazer o cálculo, foi usada uma nova geração de interferômetros, que medem com maior precisão a luz de galáxias distantes que chega à Terra.

Graças a essa tecnologia, os pesquisadores – que usaram, entre outros, o telescópio Alma, localizado no deserto chileno do Atacama – dizem que as medições podem se repetir com um tempo de observação de cerca de 5 horas.

"O uso de gás molecular como referência deve permitir estimar a massa de buracos negros em centenas de galáxias, muitos mais do que é possível com as técnicas atuais", afirmaram os cientistas.

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