sexta-feira, 19 de abril de 2013

Megaobservatório faz imagem com cem galáxias em poucas horas

Telescópio Alma, recém-inaugurado no Chile, é o mais poderoso do mundo.
Registro teria levado uma década com telescópios tradicionais.

Da France Presse

 
Imagem de mais de cem galáxias obtida pelo Alma (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), J. Hodge et al., A. Weiss et al., NASA Spitzer Science Center) 
Imagem de mais de cem galáxias obtida pelo Alma
 (Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO), 
J. Hodge et al., A. Weiss et al., NASA Spitzer Science Center)
 
 
O radiotelescópio Alma, o observatório mais poderoso do mundo inaugurado em março no norte do Chile, conseguiu elaborar um mapa de mais de cem das galáxias com maior formação estelar no universo antigo em algumas horas, informou o observatório.

A informação disponível até agora sobre este grupo de galáxias, que são chave para o conhecimento sobre a formação e a evolução das galáxias ao longo da história do universo, tinha sido compilada em mais de uma década de observações com telescópios de capacidade inferior à do Alma.

Como o grupo de galáxias está coberto por poeira estelar que as escurece, sua identificação é difícil de fazer com telescópios de luz visível, e só é possível detectá-las com instrumentos que medem as ondas métricas ou submilimétricas, como o faz a Alma, que quando estiver totalmente operacional contará com 66 antenas capazes de funcionar como uma só.

As observações feitas até agora eram difusas e por não saber exatamente qual destas galáxias estava formando estrelas, os astrônomos viam atravancados seus estudos sobre a formação das estrelas no universo remoto.

Usando apenas 16 das 66 antenas na fase inicial do projeto, a equipe de astrônomos não só conseguiu identificar quais galáxias tinham regiões ativas em formação estelar, senão que em mais da metade dos casos descobriram que muitas galáxias com formação estelar tinham sido confundidas com uma única em observações anteriores.

"Antes pensávamos que as mais brilhantes destas galáxias formavam estrelas com uma intensidade milhares de vezes maior que a da nossa própria galáxia, a Via Láctea, correndo o risco de se autodestruir", afirmou, em um comunicado, o pesquisador Alexander Karim, da Universidade de Durham, no Reino Unido.

"As imagens do Alma revelam múltiplas galáxias, menores, formando estrelas em ritmos mais razoáveis", acrescentou Karim.

"Se os comparamos com outros telescópios do tipo, Alma é tão sensível que, em poucas horas conseguiu duplicar o total de observações feitas por este tipo de telescópios", acrescentou a nota.

O Grande Conjunto de Radiotelescópios do Atacama (Alma, na sigla em inglês), com 66 antenas de 7 a 12 metros de diâmetro, está situado na árida Planície Chajnantor, mais de 5 mil metros acima do nível do mar, nas proximidades do povoado de San Pedro de Atacama, 1.600 km ao norte de Santiago.

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