Simulação é a mais próxima da realidade já produzida, dizem especialistas.
 
 
Imagem mostra explosões que geraram planetas e estrelas, 4 bilhões de anos após o Big Bang (Foto: Illustris Collaboration/BBC)
 Uma equipe internacional de pesquisadores criou a mais completa 
simulação visual de como o Universo evoluiu. unO modelo de computador 
mostra como as primeiras galáxias se formaram em torno de aglomerados da
 substância misteriosa invisível chamada matéria escura.
 É a primeira vez que o Universo é modelado de forma tão extensa e em 
tão grande resolução. A simulação fornecerá uma plataforma de teste para
 novas teorias sobre do que o Universo é feito e como ele funciona.
 Uma das maiores autoridades do mundo na formação de galáxias, o 
professor Richard Ellis, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, 
descreveu a simulação como 'fabulosa'.
 'Agora podemos analisar como as estrelas e as galáxias se formam e relacionar isso à matéria escura', disse à BBC News.
 O modelo de computador baseia-se nas teorias do professor Carlos Frenk,
 da Universidade de Durham, no Reino Unido. Ele disse que estava 
'satisfeito' que um modelo de computador tenha chegado a um resultado 
tão bom, presumindo que o Universo começou com a matéria escura.
 Há mais de 20 anos cosmólogos criam modelos de computador sobre como o 
Universo evoluiu. O processo consiste em alimentar o modelo com detalhes
 sobre como o Universo era logo após o Big Bang, desenvolver um programa
 de computador com base nas principais teorias da cosmologia e, em 
seguida, deixá-lo rodar.
 O Universo simulado pelo programa é geralmente muito aproximado do que 
os astrônomos realmente veem. A última simulação, porém, apresenta um 
Universo que é surpreendentemente semelhante ao real.
 Um laptop normal levaria quase 2 mil anos para executar a simulação. No
 entanto, usando supercomputadores de ponta e um software inteligente 
chamado Arepo, os pesquisadores foram capazes de processar os números em
 três meses.
 O universo real captado pelo telescópio Hubble,
O universo real captado pelo telescópio Hubble,à esquerda, e a imagem gerada pela simulação,
à direita (Foto: Illustris Collaboration/BBC)
 Árvore cósmica
No início, a simulação mostra fios do misterioso material que os cosmólogos chamam de matéria escura se alastrando pelo vazio do espaço como os ramos de uma árvore cósmica. Com a passagem de milhões de anos, os aglomerados de matéria escura se concentram para formar as 'sementes' das primeiras galáxias.
No início, a simulação mostra fios do misterioso material que os cosmólogos chamam de matéria escura se alastrando pelo vazio do espaço como os ramos de uma árvore cósmica. Com a passagem de milhões de anos, os aglomerados de matéria escura se concentram para formar as 'sementes' das primeiras galáxias.
 Em seguida, surge a matéria não-escura, o material do qual, com o tempo, surgirão estrelas, planetas e vida.
 Em diversas explosões cataclísmicas, a matéria é sugada para dentro de 
buracos negros e, em seguida, expelida: um período caótico de formação 
de estrelas e galáxias. A simulação, por fim, revela um Universo que é 
semelhante ao que vemos ao nosso redor.
Segundo Mark Vogelsberger, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts 
(MIT), que liderou a pesquisa, as simulações comprovam muitas das 
teorias atuais de cosmologia. "Muitas das galáxias simuladas se 
assemelham bastante às galáxias do Universo real. Isso indica que nosso 
entendimento básico sobre como o Universo funciona deve estar correto e 
completo", disse ele.
A nova simulação em particular embasa a teoria de que a matéria escura é
 o 'andaime' em que o Universo visível está pendurado. "Se você não 
incluir a matéria escura (na simulação), o resultado não será parecido 
ao Universo real," disse Vogelsberger à BBC News.
A simulação é a primeira a mostrar a matéria visível surgindo da 
matéria escura. Ela também vai ajudar os cosmólogos a aprender mais 
sobre outra força misteriosa chamada energia escura, que está 
alimentando a aceleração contínua do Universo.
A Agência Espacial Europeia planeja lançar uma aeronave espacial 
chamada Euclid em 2020 para medir a aceleração do Universo. Simulações 
precisas vão ajudar nesse processo, afirma Joanna Dunkley, da 
Universidade de Oxford. "Para utilizar os dados coletados por Euclid, 
teremos que simular nossas expectativas sobre a energia escura e 
comparar com o que vemos", disse ela.
Já o cosmólogo Robin Catchpole, do Instituto de Astronomia de 
Cambridge, é mais cauteloso sobre as novas descobertas. Apesar de ter 
saudado a simulação como 'espetacular', ele disse que 'é preciso não se 
deixar levar por sua beleza visual pura'. Segundo ele, é possível 
produzir imagens 'que se parecem com as galáxias sem que elas tenham 
muito a ver com a física de como as galáxias surgiram'.
Do G1.globo.com 
 
 
 

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