Sonda busca origens da vida na Terra.
É a 1ª vez que sonda acompanha cometa até ponto mais próximo do Sol.
O cometa "Tchouri" - acompanhado pela sonda europeia Rosetta - alcançou nesta quarta-feira (12) o ponto mais próximo ao Sol em sua trajetória, uma nova etapa em sua missão de busca pelas origens da vida na Terra.
Às 23h03, pelo horário de Brasília, o cometa atingiu seu periélio, o ponto mais próximo ao Sol de sua órbita elíptica de seis anos e meio. O cometa 67P/Tchouriumov-Guerasimenko se encontra a 186 milhões de quilômetros do Sol e a 265 milhões de quilômetros da Terra.
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É a primeira vez que uma sonda espacial acompanha um cometa até o ponto mais próximo do Sol.
Os cientistas esperam que os jatos de gás muito poderosos sob o efeito do calor permitam a captura de partículas orgânicas deixadas pela formação do sistema solar e presas há 4,6 milhões de anos no gelo do "Tchouri".
Os cometas são pequenos corpos do sistema solar constituídos de um núcleo feito de gelo, de materiais orgânicos e pedras, e cercado de poeira e gás.
Ao se aproximar do Sol, o gelo subterrâneo do cometa se transforma em vapor, provocando tempestades de gás e poeira e projetando partículas.
"Este é o momento de mais ação", declarou à agência France Presse Mark McCaughrean, assessor científico da Agência Espacial Europeia (ESA).
Forma de pato
Devido à sua forma, o "Tchouri" é muitas vezes comparado a um pato. O cenário mais emocionante, segundo o cientista, seria se o "pescoço de pato" se quebrasse revelando o material enterrado.
"Este seria realmente o Santo Graal... ver o interior do cometa", afirmou entusiasmado McCaughrean, mesmo que a maioria dos cientistas acreditem que o cometa não é tão instável a ponto de se quebrar.
Após atingir o periélio, o 67P/Tchouriumov-Gerasimenko se afasta do Sol seguindo uma longa curva elíptica de sua órbita de seis anos e meio.
"Estamos à procura de matérias-primas virgens que podem escapar" da parte de baixo da camada de poeira deixada pelo último periélio, explica Mark McCaughrean.
Novas informações
O robô espacial europeu Philae permanece em silêncio há mais de um mês, e caberá à sonda Rosetta capturar essas partículas.
Rosetta está atualmente localizada a cerca de 300 km do cometa e não pode chegar mais perto sem o risco de ficar perdida na tempestade de gás.
Os instrumentos da Rosetta podem coletar partículas, mesmo em sua distância atual, mas em concentrações muito baixas, e "ela não poderia pegar os raros", segundo McCaughrean.
Os cientistas também podem, graças a fotos tiradas por Rosetta, comparar a aparência do cometa antes e depois do periélio.
Estas imagens, as amostras de gás e outras medições feitas pela sonda devem trazer novas informações sobre a composição do cometa e o seu ciclo.
O Philae está estacionado no cometa desde o seu pouso turbulento, em 12 de novembro de 2014. Após sete meses de hibernação, voltou a fazer contato com Rosetta em oito ocasiões.
Mas desde 9 de julho, data de seu último sinal, permanece em silêncio.
"Philae pode estar ativo... mas como não temos nenhum contato, não sabemos nada de sua condição", disse à AFP Patrick Martin, chefe da missão Rosetta.
Quando o cometa se afastar do sol e suas tempestades de gás se acalmarem, os cientistas esperam chegar perto e restabelecer contato com o pequeno robô precioso.
www.g1.globo.com
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