quinta-feira, 31 de julho de 2008

Cientistas explicam como nasceram as primeiras estrelas do Universo


Concepção artística de como seriam as primeiras estrelas do Universo (Foto: David A. Aguilar/CfA)




O Universo, logo após o seu nascimento, era um lugar bem chatão. Só existia uma nuvem difusa composta por hidrogênio e hélio -- os dois elementos mais simples -- e nada mais. Nada de planetas. Nada de estrelas. Nada de nada. Mas eis que a gravidade começou a operar sua magia, e, de algum modo, nasceram as primeiras estrelas. Um trio de cientistas do Japão e dos Estados Unidos agora parece ter descoberto como isso aconteceu. O achado é produto de uma sofisticadíssima simulação. Com um supercomputador de última geração, a equipe encabeçada por Naoki Yoshida, da Universidade de Nagoya, reproduziu em computador o que teria acontecido no cosmos em seus primeiros anos de vida. Ou melhor, num pequeno pedaço do cosmos, para que coubesse na simulação. O processo exigiu basicamente introduzir as leis da física e as condições conhecidas do universo nessa época e, daí em diante, apenas observar o computador realizando seus cálculos e mostrando como os gases hidrogênio e hélio se comportavam. "É por isso que nos referimos à simulação como 'ab initio'. Por exemplo, não usamos nenhuma equação a priori para o gás. Para uma dada temperatura e densidade, o estado do gás no momento seguinte é determinado por processos microscópicos como reações químicas", explica Yoshida ao G1. Qual não foi a satisfação do grupo ao observar que, depois de um tempo, houve aglomeração dos átomos num espaço cada vez mais comprimido -- o que os cientistas chamam de protoestrelas. Com um centésimo da massa do Sol, essas protoestrelas devem ter sido as "sementes" ao redor das quais surgiram as primeiras estrelas maduras -- astros gigantescos, com massa equivalente a dezenas de sóis como o nosso. Infelizmente, não foi possível conduzir a simulação além da etapa de protoestrela. Isso porque a temperatura sobe muito a partir daí, e se torna cada vez mais necessário tocar a simulação em doses menores de tempo -- o que exigiria tempo demais para vê-la se desenrolar diante dos olhos dos cientistas. Afinal, ninguém está disposto a passar milhares de anos vendo o que vai rolar antes de finalizar o estudo. "E claro que há outro obstáculo real -- em algum ponto, precisamos implementar a queima nuclear", afirma Yoshida, referindo-se ao processo que faz com que a estrela "acenda" e comece a produzir sua energia. De toda forma, o avanço é gigantesco. Primeiro, porque demonstra como realmente devem ter surgido as primeiras estrelas -- astros essenciais para tornar o Universo um lugar verdadeiramente interessante. Afinal, foram elas as fornalhas que produziram em seu interior, durante a queima nuclear, elementos mais pesados, como oxigênio e carbono. São átomos essenciais para a existência de planetas como a Terra e seres vivos como nós. Mas o que talvez seja mais interessante para os cientistas é que essa é a primeira simulação bem-sucedida feita "ab initio" que dá uma pista de como as estrelas nascem. Embora os astrônomos tenham uma idéia vaga de como isso ocorre, os detalhes ainda não estão claros. E tentar simular o surgimento de uma estrela no Universo de hoje é complicado demais; com uma química cósmica mais complexa como a atual, fica difícil incluir tudo numa simulação. Por isso, o trabalho de Yoshida e seus colegas é um ótimo início. "A condição singular do Universo primordial, onde as condições iniciais e a física que as governa são simples, pode nos fornecer uma pedra de Rosetta cósmica, permitindo finalmente destravar o velho problema da formação das estrelas", afirma o astrofísico Volker Bromm, da Universidade do Texas em Austin, em comentário publicado junto com o estudo de Yoshida e seus colegas na edição desta semana da revista "Science".

Globo on line

Sonda Phoenix 'bebe' água de Marte

A equipe da Nasa responsável pela sonda Phoenix acaba de anunciar que conseguiu "provar" um pouco da água de Marte. Para a surpresa dos cientistas, que esperavam mais uma amostra seca em sua última tentativa de levar solo marciano a um dos instrumentos da sonda, havia alguns cristais de gelo de água em meio à areia do planeta vermelho.





Imagem panorâmica, composta por mosaico de fotografias obtidas pela Phoenix (Foto: Nasa)

É o primeiro processamento químico feito pela sonda do gelo no planeta vermelho. A análise é feita no instrumento Tega, uma espécie de forno que "cozinha" as amostras em várias temperaturas diferentes e analisa sua composição com base nas moléculas que evaporam. Resultados empolgantes devem surgir conforme os dados forem analisados, nos próximos dias. Quiçá a Phoenix poderá até detectar certos compostos orgânicos -- tijolos de que a vida é feita -- em meio às amostras. A Nasa aproveitou a ocasião para noticiar a decisão de ampliar a missão da espaçonave. Originariamente destinada a operar por 90 dias, a Phoenix está em "boa saúde" e por isso ganhou uma extensão de 30 dias em seus trabalhos. A agência espacial americana também divulgou uma nova imagem panorâmica do local onde a sonda pousou, próximo ao pólo Norte marciano.
Globo on line

Eclipse total do Sol

Você gostaria de acompanhar um eclipse total do Sol na Rússia? É fácil, basta acessar o site www.nasa.gov/eclipse. A Nasa e a Universidade da Califórnia montaram uma parceria para transmitir esse eclipse ao vivo na internet. Ele deve acontecer entre 7 e 9 da manhã do dia 01 de agosto. A totalidade, a melhor parte do eclipse, deve ocorrer entre 08:08 e 08:10 da manhã, todos horários de Brasília.


Este post foi publicado em Observatório, Quinta-feira, (31/07/2008), às 13h51.

Solar Eclipse: Friday, August 1st

On Friday, August 1st, the Moon will pass directly in front of the Sun producing a total solar eclipse. The narrow path of totality stretches from arctic Canada through Greenland, Siberia, and Mongolia, and comes to an end in China, where millions of people will witness the event. Even more people will see the partial eclipse, visible from almost all of Europe, the Middle East, India, Asia and a corner of North America. The action begins at approximately 09:20 UT (5:20 am EDT) when the Moon's shadow first hits Earth in northern Canada and begins its rapid sweep toward China.> > Visit http://spaceweather.com for photos, webcasts, timetables and full coverage of the eclipse.

Marco Aurélio Álvares da Silva

O olho do gato

Estrelas nascem, vivem e morrem em um ciclo que se parece muito com o ciclo de vida de seres humanos. Algumas estrelas vivem mais, outras menos. Tudo depende da quantidade de massa que elas têm. Aquelas com muita massa (mais de 10 vezes a massa do Sol) dão um show no momento derradeiro e explodem em supernovas. Já aquelas com menos massa (como o nosso Sol) morrem de uma maneira mais pacífica, mas deixam para trás verdadeiros tesouros no céu, as nebulosas planetárias. O termo nebulosa planetária não caracteriza planetas, mas sim um dos estágios finais da vida de estrelas com pouca massa. Ele é decorrente de observações antigas, com equipamentos que ainda não forneciam imagens nítidas. Assim, quem as observava achava que esses objetos poderiam ser planetas. Por razões históricas, ninguém mexeu no termo.



Uma dessas nebulosas é esta, conhecida como o “olho do gato”, mas que vem a ser a nebulosa planetária NGC 6543, a 3.000 anos-luz de distância, na constelação do Dragão. NGC 6543 não é exatamente uma novidade para os astrônomos, mas essa última imagem em raios X obtidas pelo Chandra (nesta composição, representada pela coloração azulada) trouxe novidades.

Logo ali no centro, aquela mancha branca é na verdade uma estrela prestes a se tornar uma anã branca, rodeada por uma nuvem de gás aquecido a vários milhões de graus. Uma comparação entre a imagem em raios X e a imagem do Hubble (em vermelho e roxo) mostra que a composição química na região central é diferente da composição química do gás mais distante, que está mais frio.

Acelerado pelo vento da estrela central (uma gigante vermelha, provavelmente), o gás adquire velocidades de quase 5 milhões de quilômetros por hora, mas ninguém sabe ao certo como são formadas as estruturas vistas nesta imagem. Várias teorias existem, considerando a presença de uma estrela companheira, jatos ou até mesmo um sistema planetário, mas até agora não há nenhuma explicação definitiva Mas, sabemos que a estrela central deve ser tornar uma anã branca em alguns milhões de anos.

P.S. Você gostaria de acompanhar um eclipse total do Sol na Rússia? É fácil, basta acessar o site www.nasa.gov/eclipse. A Nasa e a Universidade da Califórnia montaram uma parceria para transmitir esse eclipse ao vivo na internet. Ele deve acontecer entre 7 e 9 da manhã do dia 01 de agosto. A totalidade, a melhor parte do eclipse, deve ocorrer entre 08:08 e 08:10 da manhã, todos horários de Brasília.

Este post foi publicado em Observatório, Quinta-feira, (31/07/2008), às 13h51.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Batalha de manchas vermelhas domina a atmosfera de Júpiter

Mancha menor está perdendo cor, provavelmente sendo absorvida pela Grande Mancha.Outra tempestade gigante na superfície do planeta deve, por enquanto, escapar.

Henry Fountain Do 'New York Times'
Será que um planeta pode mudar suas manchas? O planeta Júpiter, onde as manchas são grandes tempestades, parece estar no processo de fazer exatamente isso. Uma pequena mancha vermelha que se formou na superfície este ano aparentemente encontrou seu par na Grande Mancha Vermelha. Imagens obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble em 28 de junho e 8 de julho mostram que a pequena mancha, que teve o azar de estar na mesma latitude da grande, moveu-se do lado oeste da gigante para o lado leste. Mais do que isso: a mancha pequena, conhecida informalmente como Mancha Vermelha Bebê, parece ter sido pega no turbilhão que é a grande mancha (que tem cerca de 29 mil quilômetros de largura e acumula ventos de aproximadamente 643 quilômetros por hora). A Mancha Bebê parece estar entrando em colapso e definitivamente está ficando mais pálida. Acredita-se que as manchas em Júpiter se tornam vermelhas quando os ventos são tão poderosos que puxam certos gases do fundo da atmosfera, que mudam de cor quando expostos à luz solar. Então se a Mancha Bebê está perdendo sua cor, isso provavelmente significa que seus ventos estão diminuindo e sua energia estaria sendo absorvida pela mancha gigante. Incorporar manchas menores pode ser uma ótima maneira para a mancha grande persistir – pelo menos ela tem estado ali por séculos. Uma mancha de tamanho médio, oficialmente conhecida como BA Oval, mas geralmente chamada de Mancha Vermelha Jr., também está nas imagens, ao sul da gigante. Ela tem crescido desde 2000 e ficou vermelha há cerca de dois anos. Ela está longe o suficiente da gigante para não ser afetada por ela – pelo menos por enquanto.

Aviões 'siameses' levarão nave de turismo ao espaço

A empresa britânica Virgin Galactic apresentou nesta segunda-feira (28) a aeronave WhiteKnightTwo, que servirá de "plataforma de lançamento" para a primeira nave particular de turismo espacial, a SpaceShipTwo. Com isso, fica faltando apenas a própria SpaceShipTwo ser apresentada ao público. Os vôos comerciais devem começar em 2009 -- e um brasileiro já está na fila de espera para os primeiros lugares.

Leia reportagem sobre o lançamento


WhiteKnightTwo tem a aparência de dois aviões "grudados" pelas asas (Foto: Divulgação)

Aeronave faz parte de ambicioso projeto da empresa do bilionário Richard Branson (Foto: Divulgação)

Companhia promete fazer os primeiros vôos já no próximo ano (Foto: Divulgação)


Ilustração mostra o WhiteKnightTwo soltando a nave espacial SpaceShipTwo (Foto: Divulgação)


Globo on line




Nasa/Università di Padova: l'etá delle stelle, rosolto un giallo astronomico


Enigma astronomico: un gruppo di ricercatori italiani e statunitensi ha risolto un dilemma che da tempo era diventato un vero rompicapo per gli astronomi. Foto: Nasa/UniPadova



Grazie al Telescopio Spaziale Hubble (HST) della NASA e dell’Agenzia Spaziale Europea (ESA), un gruppo di ricercatori italiani e statunitensi ha risolto un dilemma che da tempo era diventato un vero rompicapo per gli astronomi.

Usando l’eccezionale capacità di HST di vedere oggetti deboli, alcuni anni fa, lo stesso gruppo aveva identificato nell’ammasso stellare aperto NGC 6791 nella costellazione della Lira tre gruppi di stelle che mostravano avere tre età diverse. Questo risultato è rimasto un vero e proprio puzzle per alcuni anni, in quanto gli astronomi hanno sempre ritenuto che le stelle degli ammassi stellari si siano formate tutte contemporaneamente e quindi abbiano tutte la stessa età. Invece, in NGC 6791 le stelle non evolute, molto simili al Sole e che come il Sole stanno ancora bruciando idrogeno nel loro nucleo centrale, hanno una età di 8 miliardi di anni, mentre le loro sorelle nate con una massa più grande e che ora sono in fase di spegnimento sotto forma di nana bianca sembravano dividersi in due gruppi: uno con una apparente età di 4 miliardi di anni e uno di 6. È come se gli astronomi si fossero trovati davanti un orologio con tre quadranti, ognuno dei quali avanza con un ritmo diverso dagli altri.

Dopo ulteriori osservazioni con HST e ulteriore lavoro teorico gli astronomi sono riusciti a capire che in realtà le nane bianche più giovani apparivano tali solo perché sono in sistemi binari, due nane bianche in orbita uno attorno all’altra. Anche l’enorme potere risolutivo di HST non può distinguere le due singole stelle a causa della enorme distanza di NGC 6791 (13300 anni luce): così la loro luce combinata le fa apparire più brillanti. Ed è questa anomala luminosità che ha fatto pensare fossero più giovani. Questo risultato conferma come molte stelle nella nostra Galassia, anche all’interno degli ammassi stellari, non viaggiano da sole (come il nostro Sole), ma siano in sistemi che comprendono due o più stelle in mutua attrazione gravitazionale.Gli autori di questa scoperta sono molto sollevati per aver sistemato uno degli orologi di NGC 6791, in quanto le nane bianche (stelle che, esaurito il loro combustibile nucleare, si stanno lentamente spegnendo) sono spesso usate per misurare l’età degli ammassi. Ora si tratta di sincronizzare gli altri due orologi, ma questo è più semplice in quanto basterà individuare il meccanismo che rallenta il tempo di raffreddamento di una nana bianca.

Tra i ricercatori che hanno finalmente chiarito quello che era diventato un inspiegabile enigma astronomico ci sono il Professor Giampaolo PIOTTO, Direttore della Scuola di Dottorato di Ricerca in Astronomia dell’Università di Padova, e il Dott. Luigi BEDIN, allievo del Professor Piotto, ora ricercatore presso lo Space Telescope Science Istitute of Baltimora. Hanno collaborato alla ricerca anche il Dott. Antonino Milone, dottorando in Astronomia a Padova, il Dott. Santi Cassisi dell’INAF-Osservatorio Astronomico di Collurania, il Prof. Maurizio Salaris della Liverpool John Moores University in Inghilterra, il Prof. Ivan R. King dell’University of Washington in USA e il Dr. Jay Anderson dello STSCI di Baltimora.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Nasa descobre '2ª estrela mais brilhante da Via Láctea'



A estrela brilha com intensidade de 3,2 milhões de Sóis



Astrônomos da Nasa identificaram uma estrela que pode ser a segunda mais brilhante da Via Láctea.

Identificada como “estrela da nebulosa Peony”, o astro foi revelado por meio de imagens do telescópio espacial Spitzer. A descoberta foi divulgada pela em artigo na publicação científica Astronomy and Astrophysics. Segundo os astrônomos, ela brilha com a intensidade estimada de cerca de 3,2 milhões de Sóis como o do sistema solar. Os cientistas acreditam que a estrela poderia até competir com a Eta Carinae – que tem brilho aproximado ao de 4,7 milhões de Sóis - pelo título de estrela mais brilhante da galáxia. Isso porque, de acordo com os astrônomos, é difícil medir com exatidão a luminosidade dos astros, e a estrela da nebulosa Peony poderia ser mais brilhante.

Luz infravermelha
"A estrela da nebulosa Peony é uma criatura fascinante. Parece ser a segunda estrela mais brilhante que conhecemos na galáxia e está localizada bem do centro da Via Láctea", disse Lidia Oskinova, da equipe de astrônomos. "Há provavelmente outras estrelas tão brilhantes, se não mais brilhantes, que permanecem escondidas de nossa visão", afirmou. Os cientistas já sabiam da existência da estrela, mas por causa de sua localização, numa região com muitas nuvens de poeira cósmica, sua luminosidade não havia sido revelada até agora. Segundo a Nasa, o brilho da estrela foi identificado graças à tecnologia do telescópio Spitzer, que permite a visualização de regiões com um sensor de luz infravermelha.
BBC

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Natureza do objeto extraterrestre que colidiu em 1908 ainda é misteriosa

Impacto de cem anos atrás deve ter sido de um cometa ou um asteróide.Entretanto, cientistas aventaram toda sorte de hipótese ao longo desses cem anos.



O lago Cheko pode ser uma cratera resultante da explosão de Tunguska, em 1908 (Foto: Reprodução)
A composição do corpo extraterrestre que atingiu a região de Tunguska, na Sibéria, há exatos cem anos continua ainda uma questão muito controvertida. Em 1930, o astrônomo britânico F.J.W. Whipple sugeriu que o corpo de Tunguska fosse um pequeno cometa. Um cometa meteorito, sendo composto principalmente de gelo e poeira, poderia ter sido completamente vaporizado pelo impacto com a atmosfera da Terra, sem deixar traços visíveis. A hipótese de cometa foi apoiada principalmente pela intensa luminosidade do céu noturno observada em toda a Europa durante várias noites após o impacto, aparentemente causada pela poeira, que tinha sido dispersa em toda a atmosfera superior. Além disso, análises químicas da região têm mostrado grande presença de material cometário. Em 1978, astrônomo eslovaco Lubor Kresak sugeriu que Tunguska deveria ser um pedaço do cometa de curto período Encke, responsável pela chuva de meteoro Beta Taurídeos. Com efeito, o evento de Tunguska coincidiu com um pico desse enxame meteórico. Atualmente, sabe-se que esses bólidos explodem regularmente a dezenas e centenas de quilômetros antes de se chocar com o solo. Desde o advento dos satélites militares, tais explosões têm sido observadas durante décadas. Em 1983, o astrônomo Z. Sekanina (1936 - ) publicou um artigo criticando a hipótese cometária. Ele salientou que um organismo composto de material cometário, viajando através da atmosfera, ao longo dessa trajetória superficial, devia ter se desintegrado, enquanto o corpo de Tunguska aparentemente permaneceu intacto na atmosfera inferior. Sekanina argumentou que as provas apontavam para um denso objeto rochoso, provavelmente de origem asteroidal. Essa hipótese foi ainda mais impulsionada, em 2001, quando P. Farinella, L. Foschini e outros divulgaram um estudo que sugeria que a órbita do objeto responsável pelo evento de Tunguska tinha origem no cinturão de asteróides. Com efeito, após obterem 886 órbitas, eles estimaram que a probabilidade de que o objeto Tunguska se deslocasse numa trajetória asteróidal é superior a uma cometária, 83% e 17%, respectivamente. Os defensores da hipótese do cometa sugeriram que o objeto era um cometa extinto com um manto pedregoso que lhe permitiu penetrar a atmosfera. A principal dificuldade na hipótese asteróidal é de que um objeto pedregoso deve produzir uma grande cratera ao atingir o solo. No entanto, em Tunguska essa cratera não foi encontrada. Tem-se sugerido que a passagem do asteróide através da atmosfera causou uma elevação de pressões e temperaturas até um ponto em que o asteróide abruptamente se desintegrou numa enorme explosão. A destruição teria de ser tão completa que não sobreviveriam restos de grande dimensão, e os materiais dispersos na atmosfera superior durante a explosão teriam causado a luminosidade noturna. Modelos publicados em 1993 sugeriram que o meteoróide pedregoso teria cerca de 60 metros de diâmetro, com propriedades físicas entre um condrito comum e um condrito carbonato. O astrônomo Christopher Chyba e outros têm proposto um processo em que um meteorito pedregoso poderia exibir um comportamento semelhante ao de Tunguska. O resultado não produz nenhuma cratera, pois os danos se distribuem ao longo de um raio bastante amplo, causando uma enorme explosão.
Uma cratera?
Seria o Lago Cheko a cratera do núcleo principal do meteoróide que explodiu em 1908? Em 1960, estudando a região de Tunguska, dois cientistas russos, V.A. Koshelev e K.P. Florensky, anunciaram a descoberta de um pequeno depósito de água, o lago Cheko, situado cerca de 8 km a noroeste do provável centro do fenômeno. Na época, Koshelev sugeriu a possibilidade de que esse lago fosse uma cratera de impacto meteórico, talvez associada à queda de Tunguska. No entanto, o geólogo e astrônomo soviético Kirill Pavlovich Florensky (1915-1982) recusou a idéia, pois acreditava, com base no estudo das camadas de sedimentos no fundo do lago, que a formação do lago fosse anterior ao evento Tunguska. Recentemente, em junho de 2007, os pesquisadores italianos Luca Gasperini (1929-), Enrico Bonatti e Giuseppe Longo (1929- ), da Universidade de Bologna, após pesquisarem a forma do fundo do lago Cheko na região de Tunguska, chegaram à conclusão de que o seu perfil era muito diferente dos outros lagos siberianos, que apresentavam em geral um fundo chato. A forma afunilada do lago Cheko é muito semelhante à estrutura dos lagos produzidos por crateras de impacto. Essa descoberta serviu de estímulo para que os pesquisadores italianos procurassem uma associação maior com o evento. Pesquisando em mapas geográficos da região anteriores a 1908, os pesquisadores localizaram um mapa militar da época czarista de 1883, onde não existia um registro do lago. Pessoas nativas da região confirmaram que o lago teria sido formado depois da explosão de 1908. E pesquisas feitas pelas paleobotânicas italianas Carla Alberta Accorsi e Luíza Forlandes, da Universidade de Bologna, verificaram que os depósitos do lago não superavam um metro de espessura, característica compatível de uma formação mais recente. Os pesquisadores italianos localizaram, após criteriosa análise dos perfis obtidos sobre todo lago, um ponto mais profundo no centro do lago provavelmente um objeto rochoso de cerca de um metro de diâmetro. Esses resultados foram reforçados pela descoberta de anomalias magnéticas observadas no mesmo ponto durante o levantamento com magnetômetro. Os italianos pretendem voltar para perfurar o centro do lago com objetivo de atingir o objeto que poderia ser fragmento do meteorito de Tunguska, ainda em 2008. Será que esse mistério de 100 anos, será finalmente resolvido?

Hipóteses especulativas
A compreensão científica do comportamento dos meteoritos na atmosfera da Terra era muito imprecisa nas primeiras décadas do século XX, em virtude da falta de conhecimento. Em conseqüência, muitas hipóteses relativas ao fenômeno Tunguska devem ser rejeitadas pela ciência moderna. Buraco negro Em 1973, os físicos Albert A. Jackson IV and Michael P. Ryan Jr., ambos da Universidade do Texas, propuseram que a bola de fogo de Tunguska foi causada por um microburaco negro que atravessou o globo terrestre. Para essa hipótese, não há nenhuma evidência de uma segunda explosão ocorrida quando o microburaco negro saiu da Terra. Essa hipótese não teve uma aceitação universal. Além disso, a posterior descoberta por Stephen Hawking de que buracos negros irradiam energia indica que um pequeno buraco negro teria evaporado antes que pudesse encontrar a Terra. Antimatéria Em 1965, Cowan, Atluri e Libby sugeriram que Tunguska foi causada pela aniquilação de um pedaço de antimatéria proveniente do espaço. No entanto, tal como acontece com as outras hipóteses descritas aqui, nenhum resíduo foi encontrado na área da explosão. Além disso, não há nenhuma evidência astronômica da existência de tais pedaços de antimatéria em nossa região do universo. Se tais objetos existissem, eles estariam constantemente produzindo raios gama, em virtude do aniquilamento no meio interestelar, mas os raios gama não têm sido detectados. Eletromagnetismo Algumas hipóteses associam Tunguska às tempestades magnéticas semelhantes às que ocorrem, após as explosões termonucleares, na estratosfera. Por exemplo, em 1984 V.K. Zhuravlev e A.N. Dmitriev propuseram um modelo heliofísico baseado em "plasmóides" ejetados pelo Sol. Valeriy Buerakov também desenvolveu um modelo independente de uma bola de fogo eletromagnética. Explosão de uma nave alienígena Amantes da ufologia há muito tempo sustentam que Tunguska é o resultado da explosão de uma nave alienígena enviada para "salvar a Terra de uma ameaça iminente". Esta hipótese provém de uma história de ficção científica escrita por Aleksander Kazantsev, engenheiro soviético, em 1946, na qual uma nave espacial é movida a energia nuclear. Essa história foi inspirada por Kazantsev pelo bombardeio de Hiroshima, em 1945. Muitos fatos do relato de Kazantsev foram posteriormente confundidos com as ocorrências reais em Tunguska.

A hipótese de óvni usando força nuclear adaptada para tevê foi tomada dos escritores Thomas Atkins e John Baxter, em seu livro "The Fire Came By" (1976). Em 1998, a série televisiva "The Secret KGB UFO Files", difundida pela TNT, refere-se a Tunguska como "o Roswell russo", informando que os destroços do óvni tinham sido recuperados.

Em 2004, um grupo de cientistas russos do Tunguska Space Phenomenon Public State Fund alegou que foram encontrados destroços de uma nave espacial alienígena no local. Os defensores da hipótese óvni nunca foram capazes de fornecer qualquer prova significativa para as suas reivindicações.

Note-se que a queda de Tunguska está perto do Cosmódromo de Baikonur e, por isso, tem sido repetidamente contaminada por resíduos espaciais russos, especialmente pelo fracasso do lançamento do quinto vôo de teste da nave Vostok, em 22 de dezembro de 1960. A carga útil caiu perto do local de impacto Tunguska, quando uma equipe de engenheiros foi enviada para recuperar a cápsula e os seus passageiros (dois cães que sobreviveram). Torre de Wardenclyffe Também foi sugerido que a explosão Tunguska foi o resultado de uma experiência de Nikola Tesla com sua Wardenclyffe Tower, quando Robert Peary realizou a segunda expedição ao Pólo Norte. Tesla tinha alegado que a torre poderia ser usada para transmitir energia eletromagnética a grandes distâncias, tendo alegado que enviou uma comunicação a Peary, aconselhando-o permanecer alerta para a ocorrência de fenômenos extraordinários como as auroras quando tivesse tentando ir ao Pólo Norte. No entanto, o funcionamento da Torre de Tesla não era bem compreendido, e acredita-se que Tesla nunca tenha tentado usá-la com esse objetivo. Não se sabe se o mecanismo poderia produzir energia e transmiti-la longitudinalmente para produzir um evento semelhante ao de Tunguska, equivalente a uma explosão termonuclear; o núcleo atômico nem sequer tinha sido descoberto, o que só ocorreu na década seguinte. Se bem que, já, em 1891, com referência à estrutura do éter e ao electromagnetismo, Tesla afirmava que deveria existir “um mundo infinitesimal, análogo ao macrocosmo”. Independentemente, se fosse possível que a instalação de Tesla produzisse tal efeito, o principal argumento de que Tesla não foi responsável pelo evento de Tunguska é o fato de que ele ocorreu por volta das 7h da manhã. Considerando os dados (se eles podem ser confiáveis), as experiências de Tesla foram realizadas na noite de 30 de junho. Ela ocorreu cerca de 6 horas antes do evento de Tunguska, ou seja, a uma hora da manhã do dia 30 de junho, tempo local em Nova York.


Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo, autor de mais de 85 livros, dentre eles "Nas fronteiras da Intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI".

Surgem novas provas de que Marte já esteve repleto de água


Estruturas, vistas do alto, são praticamente idênticas a delta de rio (Foto: Nasa/JPL/Universidade Brown/Divulgação)
Minerais encontrados no solo de Marte mostram que o planeta já esteve coberto por lagos, rios e outros ambientes hídricos capazes de abrigar vida, disseram pesquisadores dos Estados Unidos na quarta-feira (16). Em junho, a sonda Mars Phoenix Lander encontrou gelo na superfície marciana, mas o material está muito congelado e coberto de poeira vermelha. Em artigo na revista "Nature", um grupo de cientistas mostra que esse gelo é um resquício de uma época mais quente e úmida. "Isso é realmente animador, porque estamos encontrando dezenas de locais onde futuras missões podem pousar para tentar entender se Marte já foi habitável e, em caso positivo, procurar sinais de vida passada", disse John Mustard, participantes do estudo que trabalha na Universidade Brown. "Os minerais presentes na antiga crosta de Marte mostram uma variedade de ambientes úmidos", acrescentou Mustard.

Cores refletidas
A equipe usou um equipamento chamado Crism ("espectrômetro compacto de reconhecimento por imagens para Marte", na sigla em inglês) e outros instrumentos da sonda Mars Reconnaissance Orbiter para avaliar as cores refletidas na luz do sol. Isso ajuda a determinar que minerais há ali.Os minerais argilosos precisariam ter sido formados a temperaturas relativamente baixas, disseram os pesquisadores. "O que isso significa para a habitabilidade? É muito forte", disse Mustard. "Não era um caldeirão tão quente, fervente. Era um ambiente benigno, rico em água durante um longo período." As conclusões se encaixam na análise da missão Phoenix Mars Lander, que, além de gelo, encontrou também solo alcalino, que poderia ter abrigado vida."A grande surpresa desses novos resultados é como a água de Marte foi impregnante e duradoura, e como os ambientes úmidos eram diversos", disse Scott Murchie, pesquisador-chefe do Crism no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins.
Reuters

Estrela mais brilhante da galáxia equivale a 3,2 milhões de sóis, dizem astrônomos


Esta semana saiu mais uma pesquisa a respeito de estrelas massudas. Mais uma que tenta quebrar o recorde de estrela com mais massa da galáxia. Desta vez trata-se de uma estrela localizada no centro da Via Láctea, por enquanto chamada de “estrela da nebulosa Peônia”, que teria o brilho equivalente a 3,2 milhões de sóis.

A atual recordista de brilho, Eta Carina, tem por volta de 4,7 milhões de vezes o brilho do nosso Sol. Brilho e massa de uma estrela são interligados, de modo que quanto mais massa, mais brilhante é uma estrela e vice-versa. Com base nas estimativas de brilho, esta estrela deve ter algo em torno de 150-200 massas solares. No caso específico de Eta Carina, sabe-se todavia, que ela é um sistema duplo. Esta medalhista de prata está a 26.000 anos luz, mergulhada em uma região obscurecida pela poeira, em parte produzida por ela mesma. Por isso, apesar de ser tão brilhante, não conseguimos enxergá-la sem um bom telescópio.

Aliás, para observar debaixo de nuvens de poeira tão grossas, só mesmo instrumentos quedetectem radiação infravermelha, como o telescópio espacial Spitzer. Por isso mesmo, a líder desta pesquisa Lidia Oskinova, acredita que outras estrelas tão brilhantes quanto esta possam existir nesta nebulosa.Uma estrela como essa tem números assustadores. Além da massa imensa, ela deve ter um diâmetro 100 vezes maior que o do Sol. Comparativamente, a estrela da Peônia se estenderia para além da órbita de Mercúrio, caso estivesse na posição do nosso Sol. Ela deve produzir ventos com velocidade da ordem de 1,6 milhões de quilômetros por hora! Cometendo tantos excessos assim, ela não deve viver mais do que poucos milhões de anos.

Bom, estes números são todos baseados em modelos. Por exemplo, a massa foi obtida a partir da teoria que interrelaciona a luminosidade e a quantidade de massa de uma estrela. Isso supondo que seja apenas uma estrela. Com isso, esses números não são tão garantidos, quanto aqueles apresentados aí abaixo para a estrela recordista em massa WR20a. Neste caso, a massa da estrela foi obtida através de métodos dinâmicos, muito mais robustos. Por enquanto, a estrela da Peônia (um tipo de flor, pelo que apurei) detém o segundo lugar, mas o “photochart” pode rebaixá-la deste posto quando tivermos mais detalhes dela.

E o que o coelhinho da Páscoa tem a ver com tudo isso? É que ao mesmo tempo em que era anunciada esta descoberta, a União Astronômica Internacional (IAU em inglês) anunciou o nome de um daqueles planetas anões do nosso Sistema Solar.Para quem não se lembra, Plutão foi rebaixado da categoria de planeta para a de planeta anão numa acalorada assembléia em 2006 em Praga. A partir daí, todos os objetos semelhantes a ele de nosso Sistema Solar passaram a ser classificados assim também. Aliás, esta discussão ainda não se encerrou por completo. Alguns astrônomos, principalmente americanos, prometem retomá-la na próxima assembléia geral da IAU. Essa assembléia será no Rio de Janeiro em 2009 e certamente eu estarei lá, “postando” para o G1.

Por estes dias a IAU decidiu batizar o objeto do cinturão de Kuiper (lê-se “cóiper”) conhecido por 2005 FY9 de Makemake (lê-se “máqui-máqui”). Este objeto foi descoberto por Mike Brown em 31 de março de 2005 e foi batizado de “coelhinho da Páscoa”, pois a descoberta se deu logo após o domingo de Páscoa. Apesar da IAU dar a honra ao descobridor de batizar sua descoberta, “coelhinho da Páscoa” não caía bem. Aliás, a tradição manda que, para além de Netuno, qualquer objeto deve ter o nome de alguma divindade relacionada à criação.Mike Brown, então procurou algum deus representado por um coelho, mas as possibilidades eram decepcionantes: coelhão ou Manabozho, entre outros. Mas algo como coelhão, também não passaria e um nome que terminasse em ‘Bozo’ não agradava muito. Foi aí que Brown encontrou Makemake, o deus da fertilidade da ilha de Páscoa em forma de coelho. Perfeito!

Este post foi publicado em Observatório, Quarta-feira, (16/07/2008), às 12h02.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Explosão misteriosa de bólido extraterrestre na Sibéria faz cem anos

Em série de três artigos, astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão relata o episódio.Saiba o que aconteceu, o que se apurou e quais são as hipóteses que explicam o ocorrido.

Ilustração mostra explosão de Tunguska, na Sibéria (Foto: William K. Hartmann)

Há cem anos, na manhã de 30 de junho de 1908, às 7h14, hora local, uma enorme explosão ocorreu, após uma bola de fogo ter sido vista atravessando o céu. Não foram encontrados vestígios de um meteorito, mas uma onda de choque devastou toda uma região desabitada de florestas de taiga pantanosa que permanece congelada durante cerca de oito meses do ano, nas proximidades do rio Tunguska, cerca de 800 quilômetros a noroeste do lago Baikal, na Sibéria Central. Num raio de 30 quilômetros, todas as árvores foram destruídas. Ouviu-se o ruído a mais de mil quilômetros. Uma estranha luminescência foi observada durante a noite em inúmeras regiões. Ao longo da Europa, registraram-se ondas sísmicas semelhantes às de um terremoto e perturbações no campo magnético terrestre. Os meteorologistas, com seus microbarógrafos, conseguiram determinar que as ondas de choque, oriundas da explosão, deram no mínimo duas voltas ao redor da Terra. Na Ásia e na Europa, as noites se tornaram luminosas e os pores-do-sol assumiram um forte colorido vermelho. Na realidade, o denominado Evento de Tunguska foi uma explosão que ocorreu na atmosfera acima de um sítio com as coordenadas geográficas 60°55’ N, 101°57' L, próximo ao rio Podkamennaya Tunguska, na província de Evenkia, na Sibéria. Mais tarde, a sua potência foi estimada entre 10 e 15 megatons. O episódio provocou a destruição de cerca de 60 milhões de árvores numa área estimada em 2.150 quilômetros quadrados. Se o objeto responsável pela explosão tivesse atingido a Terra algumas horas mais tarde, ou melhor, explodido sobre uma área mais densamente povoada da Europa –- provavelmente sobre a cidade de São Petersburgo -–, em lugar de uma região de baixa densidade populacional, como Tunguska, possivelmente teria provocado uma enorme catástrofe, com uma maciça perda de vidas humanas.

O que se viu
Por volta das de 7 horas e 15 minutos da manhã, os tungues nativos e os colonos russos das colinas noroeste do lago Baikal observaram uma enorme bola de fogo que se deslocava no céu, quase tão brilhante como o Sol. Alguns minutos mais tarde, um intenso clarão iluminou metade do céu, acompanhado por uma onda choque que, além de golpear as pessoas, quebrou as vidraças das janelas das casas situadas num circulo de cerca de 650 km de raio. A explosão foi registrada na maior parte das estações sísmicas de toda a Eurásia, assim como produziu fortes oscilações na pressão atmosférica suficientemente intensas para serem detectado pelo barógrafos que tinham sido inventados recentemente na Grã-Bretanha. Nas semanas que se seguiram à explosão, o céu noturno na Europa e na Rússia Ocidental apresentou uma luminosidade tão brilhante que sua luz era suficiente para que as pessoas pudessem ler um jornal. Nos Estados Unidos, o Observatório Astrofísico Smithsonian e o Observatório de Monte Wilson detectaram uma redução da transparência atmosférica que durou vários meses. Surpreendentemente, na época, houve pouca curiosidade científica sobre o impacto; talvez em virtude da dificuldade em alcançar uma região tão isolada como as tungas siberianas, onde o fenômeno tinha sido observado. A primeira explicação foi a de que um enorme meteoro, com um peso superior a um milhão de toneladas, havia caído em alguma região das florestas siberianas. Mas essa não seria a última palavra sobre o assunto... guska, na Sibéria (Foto:
William K. Hartmann)

Ronaldo Rogério de Freitas Mourão é astrônomo, autor de mais de 85 livros, dentre eles "Nas fronteiras da Intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI". É consultor técnico do Observatório Monoceros

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Astronautas retiram explosivo de nave espacial


Astronauta em ação (Foto: Nasa TV/Reprodução)
Dois astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI) fizeram uma caminhada espacial na última quinta-feira, para remover uma trava explosiva da nave russa Soyuz, que está acoplada à Estação Espacial. Recebendo instruções de controladores da NASA, eles desconectaram a trava explosiva com sucesso da nave, que os levará de volta à Terra. A missão foi arriscada. Uma eventual explosão da trava - comparáel a de um rojão - poderia ferir ou até representar um risco maior aos astronautas. Mas engenheiros da missão russa asseguraram que a retirada dela garantiria uma volta segura à Terra.
Da BBC

Maior estrela da galáxia 'vale' mais de 110 sóis

Um recorde galáctico

Postado por Cássio Barbosa em 11 de Julho de 2008 às 10:25 , Globo on line


Nessas últimas semanas, nas quais a gente vem acompanhado as atividades da sonda Phoenix aqui no G1, uma marca importante foi batida e passou meio que despercebida: o recorde de massa para uma estrela.



Em um post mais antigo eu falei de uma estrela no aglomerado de Pismis 24 que ousava exceder o limite estatístico de 150 massas solares para uma estrela. Limite estatístico, pois essa estimativa foi feita projetando-se a maior massa possível de uma estrela, baseando-se em dados conhecidos de aglomerados propícios para formar esse tipo de astro.

A partir destas projeções, chegou-se ao valor de 150 massas solares. Isso significa que encontrar uma estrela com muito mais do que 150 massas solares deve ser extremamente improvável, uma pequena flutuação em torno deste valor deve ser possível, mas 200 massas solares para a estrela de Pismis 24 não dava.

Essa questão foi resolvida, literalmente, mostrando-se que essa tal estrela é naverdade um sistema com três estrelas. Ainda que duas delas sejam muito parecidas e a terceira tenha menos massa que as outras duas, nenhuma delas deve sequer ser mais de 100 massas solares. Na melhor das hipóteses, deve ser algo do tipo “duas de 80 e uma de 40″.

Com isso, o título de estrela mais massuda* estava com WR20a, um sistema duplo formado por estrelas de 82 e 83 massas solares. Um outro sistema duplo, WR21a, é por vezes apontado como tendo a estrela recordista (87 massas solares), mas nesse caso a medição não é tão confiável.

A estrela mais massuda da galáxia está no aglomerado NGC 3603, que por sua vez está (ou estava) em um dos braços que sumiram da Via Láctea. A estrela faz parte do sistema binário conhecido como NGC 3603 A1, e seus componentes devem ter 116 e 89 massas solares cada um.

As medições, nesse caso, foram feitas com um dos melhores equipamentos em Terra, o Telescópio Muito Grande (VLT, em inglês) operado por um consórcio europeu e localizado no Chile. Os resultados foram obtidos usando-se a boa e velha dinâmica newtoniana — aquela mesma que a gente aprende no ensino médio e depois vê com mais detalhesnos primeiros semestres dos cursos de física, matemática e engenharia.

Ainda que exista uma margem de erro relativamente grande, em torno de 30 massas solares, no caso mais extremo (e mais improvável) a estrela mais massuda deve ter então 86 massas solares, e isso ainda a deixa detentora do recorde galáctico. Com tudo isso, ainda temos o tal limite estatístico preservado, quer dizer, ainda aguardamos uma evidência direta de alguma estrela com mais de 150 massas solares.

*Nota: o termo correto é esse mesmo. Massivo não existe e maciço não esta 100% certo e, como eu sei que uma colega anda pegando no meu pé só por causa disso, vamos gastaro português correto.

Cientistas descobrem sinal de água em vidro lunar

A análise de contas de vidro colorido encontradas na Lua pelas missões Apollo 15 e Apollo 17, realizadas em 1971 e 1972, revelam que o interior do satélite foi rico em água até cerca de 3 bilhões de anos atrás. A descoberta, apresentada na edição desta semana da revista científica "Nature", contradiz a idéia, mais comumente aceita, de que a Lua já surgiu desidratada, e oferece uma explicação para a origem dos depósitos de gelo que parecem existir em crateras localizadas nos pólos do satélite. "O que nossas descobertas indicam é que ou a água não se perdeu por completo no grande impacto que formou a Lua, ou que ela voltou a se acumular por meio de material de meteoritos, nos primeiros 100 milhões de anos da formação do satélite", diz o principal autor do estudo, o argentino Alberto Saal, atualmente na Universidade Brown, nos EUA. Embora as amostras sejam antigas, a análise atual só foi possível graças a desenvolvimentos tecnológicos recentes. A teoria mais aceita para a origem da Lua diz que o satélite surgiu após a colisão de um outro astro, do tamanho de Marte, com a Terra primitiva, há mais de 4 bilhões de anos. "A idéia é que o material expelido pelo impacto formou um anel, que aos poucos se agregou para formar a Lua", explica Saal. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

terça-feira, 8 de julho de 2008

Ariane-5 leva dois satélites de comunicação para a órbita da Terra

Lançamento ocorreu a partir da base da Guiana Francesa.Serão colocados em órbita os satélites ProtoStar I e o BADR-6.

Depois de alguns adiamentos, o foguete europeu Ariane-5 lançou dois satélites a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa. A missão é colocar em órbita o ProtoStar I, a ProtoStar, e o BADR-6, da Arabsat, ambos equipamentos destinados à transmissões televisivas. (Foto: Agência Espacial Européia/AFP)

sábado, 5 de julho de 2008

Nave revela segredos de Mercúrio



Imagem de Mercúrio divulgadas pela NASA. Vulcões estariam nas origens do planeta/ Reuters
Rio de Janeiro, O Globo - Um intenso vulcanismo e não o impacto de meteoritos estaria nas origens de Mercúrio, um planeta ainda repleto de mistérios para os cientistas. Uma série de onze estudos publicada na quinta-feira na revista "Science" revelou, pela primeira vez, a composição de boa parte da atmosfera e da superfície de Mercúrio, de acordo com matéria publicada nesta sexta pelo jornal O Globo. O planeta mais próximo do Sol é também um dos mais difíceis de serem abordados por uma nave em razão de suas temperaturas elevadas e sua órbita curta e irregular. Até hoje, apenas uma missão, há mais de 30 anos, havia se aproximado de Mercúrio: a Mariner 10, que sobrevoou três vezes o planeta entre 1974 e 1975. Agora, a Messenger (também da Nasa) se encontra nas proximidades de Mercúrio. Lançada em 2004, ela sobrevoou o planeta em janeiro deste ano. Foram os dados obtidos nessa missão que forneceram a base para os estudos divulgados . De acordo com especialistas da Universidade de Michigan, que estudaram os dados, a atmosfera de Mercúrio contém silicatos, sódio, enxofre e até íons de água. Os instrumentos da Messenger revelaram ainda que embora Mercúrio contenha muito ferro em seu interior, esse metal é relativamente escasso na superfície.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Sistema Solar é 'manco', diz estudo com sonda que saiu dele

Resultados são da sonda Voyager 2, que rompeu as fronteiras do sistema.Eles mostram que a influência do Sol não é esférica, mas estranhamente achatada.

O Sistema Solar não tem forma arredondada. Na verdade, ele é assimétrico e apresenta abaulamento, conforme pode ser deduzido dos dados enviados por uma nave espacial que viaja pelo espaço há mais de 30 anos, e cujos resultados são publicados pela revista científica "Nature" em sua última edição.








Ilustração das sondas Voyager 1 e 2, em suas rotas de saída do Sistema Solar (Foto: Nasa)

Dirigida por Edward Stone, catedrático de Física no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Estados Unidos), a pesquisa está concentrada no estudo da heliosfera, que é uma espécie de bolha magnética criada pelo vento gerado pelo Sol e que envolve nosso sistema planetário. Segundo os dados enviados pelo Voyager 2, a nave atravessou a fronteira do Sistema Solar em um local mais próximo ao Sol do que o previsto, o que indica a existência de uma irregularidade na heliosfera. Os cientistas deduzem que a nave saiu do Sistema Solar por uma grande deformação da heliosfera que poderia ser explicada pelo efeito de um campo magnético de caráter local que a atrairia em direção ao Sol. O Voyager 2 partiu da Terra em 1977 com a missão de estudar os planetas de Júpiter e Saturno. Após finalizar sua tarefa, chegou a visitar Urano e Netuno, antes de sair do Sistema Solar, de onde continua enviando informações à Terra. Atualmente, o Voyager 2 resiste em condições de frio e escuridão; diante da ausência de energia solar, a nave se alimenta de baterias nucleares que produzem energia limitada.
Da EFE

Cientistas descobrem fenômeno que confirma teoria de Einstein

Observação de dois pulsares confirmou previsões da relatividade geral.Astrônomos confirmam que a teoria funciona mesmo em gravidade intensa.



O ofusque de duas estrelas de nêutrons a 1.700 anos luz da Terra confirmou um efeito cósmico citado pelo físico alemão Albert Einstein há quase um século em sua teoria da relatividade, segundo um estudo divulgado na edição desta semana revista "Science".Os cientistas utilizaram o telescópio da Fundação Nacional das Ciências para realizar durante quatro anos um estudo sobre duas estrelas de nêutrons chamadas pulsares, que emitem ondas de rádio.Dentre quase 2 mil pulsares identificadas, este é o único caso em que as estrelas giram ao redor uma da outra, explicou René Breton, da Universidade McGill, em Montreal (Canadá).Além disso, o plano de sua órbita está perfeitamente alinhado com a visão do telescópio desde a Terra de modo que, quando uma passa por trás da outra, o gás ionizado que a rodeia ofusca o sinal do pulsar.Quando isto ocorre, a magnestosfera de um pulsar absorve as ondas emitidas pelo outro, permitindo aos astrônomos determinar sua orientação espacial.


Em 1915, Einstein profetizou que em um sistema de dois objetos de massas enormes, como estas estrelas de nêutrons, a força gravitatória de uma, além de seu movimento de rotação, modificaria o eixo de rotação da outra em um fenômeno chamado na astronomia de precessão."Acho que se Einstein vivesse, estaria feliz com estes resultados", indicou Michael Kramer, do Centro de Astrofísica de Jodrell Bank da Universidade de Manchester.Além de Breton e Kaspi, participaram do estudo outros cientistas do Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e França.


Da EFE
Imagem de Arquivo

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