Do G1 em SP -A agência espacial norte-americana (Nasa) divulgou dados de observações  inéditas de átomos que circundam o Sistema Solar. Utilizando a sonda  Ibex, astrônomos puderam captar elementos químicos vindos de regiões  vizinhas e medir o volume desses materiais dentro e fora da heliosfera, a  "bolha" ao redor do Sol que protege a Terra e outros planetas de raios  cósmicos.
Os dados foram anunciados em uma coletiva de imprensa realizada na  tarde desta terça-feira (31) nas dependências da Nasa. Seis estudos  sobre os resultados colhidos pela missão Ibex serão divulgados na edição  de fevereiro da revista "Astrophysical Journal", uma das principais  publicações científicas sobre astronomia no mundo.
O estudo mostrou a diferença nos índices de hidrogênio, oxigênio e gás  neônio dentro da zona de influência do Sol e na região de nuvens de  poeira cósmica que circunda o Sistema Solar. Há uma década, uma outra  missão da Nasa chamada Ulysses já havia detectado átomos de Hélio vindos  de fora da "bolha" solar.
 Matéria interestelar circunda a 'bolha' que envolve o Sol (meio da imagem).
 (Foto: Nasa / Reprodução)
 A heliofera acontece quando os ventos solares se encontram com o  ambiente espacial entre as estrelas, que pressiona de volta o material  vindo do Sol. Isso forma uma bola que não permite a entrada de  partículas com elétrons a mais ou a menos. Apenas as partículas neutras  conseguem penetrar dentro da heliosfera e serem detectadas, por exemplo,  pela sonda Ibex.
Esses átomos que entram na heliosfera chegam até os painéis da sonda  Ibex a uma velocidade de 83,5 mil quilômetros por hora, uma velocidade  menor (11,2 mil km/h a menos) do que os cientistas previam antes com  base nos dados da sonda Ulysses.
Outra conclusão corrigida pelos novos dados da Ibex é a de que o Sol se  encontra, atualmente, na borda de uma região conhecida como Nuvem  Interestelar Local. Os dados coletados pela sonda Ulysses fizeram os  cientistas acreditar que o Sistema Solar já estivesse deixando essa  região rumo a outras partes do espaço.
O estudo divulgado nesta terça-feira dá pistas sobre como essas nuvens  afetam o formato e a composição da heliosfera. Ainda nas proximidades do  Sistema Solar existe outra região chamada Nuvem G.
Os pesquisadores notaram que a Nuvem Interestelar Local não chega até a  região de Alpha Centauri, onde o trio de estrelas mais próximas do Sol  se encontra.
A Via Láctea, galáxia onde está o Sol, localizado em um dos braços espirais. 
(Foto: Nasa / Reprodução)
Nos próximos anos, quando as naves Voyager chegarem até as fronteiras  do Sistema Solar, o estudo mais detalhado das partículas neutras e  ionizadas será possível, segundo David McComas, cientista principal do  projeto Ibex.
Hipóteses
As descobertas da missão Ibex levaram a equipe a uma dúvida: seria a região do Sol tão diferente quanto aos elementos químicos que a formam na comparação com as regiões vizinhas?
As descobertas da missão Ibex levaram a equipe a uma dúvida: seria a região do Sol tão diferente quanto aos elementos químicos que a formam na comparação com as regiões vizinhas?
O questionamento veio após as medições mostrarem que o Sistema Solar e  outras partes mais distantes da Via Láctea apresentarem concentrações  maiores de oxigênio e menores do gás neônio do que a área que faz divisa  com a heliosfera.
Para os cientistas, isso pode indicar que o Sol foi criado em uma  região com menos oxigênio do que se pensava ou talvez que o oxigênio  seja mais comum de ser encontrado "preso" em materiais galácticos como  grãos de poeira e blocos de gelo.
 


 
 

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