Estudo encontra buracos negros vizinhos e desafia teoria vigente
Astrônomos acharam dois buracos negros no mesmo aglomerado estelar.
Teoria dizia que só poderia haver um.
 Astrônomos encontraram pela primeira vez um aglomerado estelar que 
contém dois buracos negros ao mesmo tempo. A descoberta desafia as 
teorias astronômicas vigentes hoje.
 Buracos negros são concentrações com massa tão densa que nem a luz 
escapa deles. Eles são formados após a explosão de estrelas de grande 
massa em supernovas.
 A teoria mais aceita até hoje diz que centenas de buracos negros podem 
se formar ao longo da história de um aglomerado estelar, mas que a força
 gravitacional interage entre eles. Os menores buracos negros seriam 
expulsos, de forma que só poderia restar um em cada aglomerado.
 
 
Ilustração simula coexistência de dois buracos negros no mesmo aglomerado
 (Foto: Benjamin de Bivort/Divulgação)
 Essa teoria foi posta em xeque com o estudo publicado nesta 
quarta-feira (3) pela prestigiada revista científica “Nature”. No 
aglomerado M22, localizado na Via Láctea – mesma galáxia em que fica a 
Terra –, a equipe de Jay Strader, da Universidade do Estado de Michigan,
 nos Estados Unidos, esperava encontrar um buraco negro de médio porte, 
mas acabou identificando dois buracos negros menores – cada um tem entre
 10 e 20 vezes a massa do nosso Sol.
 “Quando restam poucos buracos negros, não acho que interajam entre eles
 e se expulsem tão rapidamente, por isso que alguns permanecem mais 
tempo do que se pensava até agora”, sugeriu Strader, em entrevista à 
Agência EFE.
 O astrônomo acredita que ainda haja outros buracos negros – até cem – 
no mesmo aglomerado, mas, por enquanto, só conseguiram medir esses dois.
 A detecção foi feita com o VLA, um conjunto de observatórios situado no
 estado americano do Novo México. Foi a primeira vez que sinais de rádio
 foram usados para identificar um buraco negro, em vez da técnica mais 
comum, de raios-X.
 
 
Imagem
 destaca os pontos em que ficam os buracos negros; a luz vem de jatos de
 energia que resultam do processo (Foto: D. Matthews/ A.Block/ NOAO/ 
AURA/ NSF/Divulgação)
 
 
 

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