Estudo apontou que 36 astros analisados possuem luminosidade variável.
Nova classe de estrelas ainda não foi batizada, diz observatório.
 
 
Conjunto de estrelas; estudo apontou que 36 delas pertencem a uma nova classe (Foto: ESO/AFP)
 Pesquisadores atuando no Observatório de la Silla, no Chile, dizem ter 
descoberto um novo tipo de estrelas com luminosidade variável. O achado 
consta em um artigo publicado nesta quarta-feira (12) na revista 
científica "Astronomy and Astrophysics".
A descoberta se baseia na medição ao longo de sete anos de mais de 3 
mil estrelas situadas no agrupamento galático NGC 3766, afirma a agência
 de notícias France Presse. O achado foi feito por uma equipe de 
astrônomos suíços, que trabalharam com o telescópio Euler, situado no 
Chile, pertencente ao Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em 
inglês).
 Neste agrupamento galático, a equipe do pesquiador Nami Mowlavi 
descobriu um grupo de 36 estrelas que apresentaram um padrão inesperado,
 com "minúsculas variações regulares do seu brilho, ao nível de 0,1% do 
brilho normal das estrelas", afirmou o ESO, em um comunicado.
"As observações revelaram propriedades destas estrelas anteriormente 
desconhecidas, que desafiam as atuais teorias e levantam questões sobre a
 origem das variações [de luminosidade]", de acordo com o ESO.
A periodicidade das variações de brilho está entre duas e 20 horas, 
segundo o observatório europeu. A nova categoria de estrelas variáveis 
ainda não foi batizada, de acordo com a France Presse. Elas são 
levemente mais quentes e mais brilhantes que o Sol, ressalta o ESO.
"A existência desta nova classe de estrelas variáveis constitui um 
desafio para os astrofísicos", explicou Sophie Saesen, uma das 
integrantes da equipe de pesquisa, em comunicado divulgado pelo ESO.
"Os modelos teóricos atuais não preveem que a luz varie periodicamente e
 nosso esforço consiste, por isso, em conhecer melhor o comportamento 
desse novo tipo de estrela", acrescentou.
A origem das variações é desconhecida, mas os astrônomos observaram que
 algumas das estrelas parecem ter uma rotação rápida, superior à sua 
"velocidade crítica", limite a partir do qual as estrelas se tornam 
instáveis e ejetam matéria ao espaço.
"Nestas condições, a rotação rápida terá um impacto importante em suas 
propriedade internas", afirmou Nami Mowlavi. O estudo das variações de 
luminosidade das estrelas já conhecidas, que recebem o nome de 
"variáveis" ou "pulsantes", criou um novo ramo da astrofísica chamado 
algumas vezes de astrosismologia, de acordo com a agência France Presse.
 
 
 

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