Kepler-78b, a 700 anos-luz, tem massa e densidade similares às nossas.
Apesar disso, exoplaneta possui órbita de apenas 8,5h e alta temperatura.
 
 
Concepção artística mostra o exoplaneta Kepler-78b orbitando sua estrela
 (Foto: David A. Aguilar/Nasa/AFP)
 Um planeta localizado fora do Sistema Solar, a 700 anos-luz da Terra, 
não tem apenas o tamanho parecido com o nosso, mas também a massa e a 
densidade, com um núcleo de ferro e o interior rochoso. É o que apontam 
dois estudos publicados na revista "Nature" desta quarta-feira (30).
 As novas medições sugerem que o Kepler-78b é o menor exoplaneta – nome 
dado aos planetas fora do Sistema Solar – do Universo a ter sua massa e 
seu raio conhecidos com precisão. Ele orbita uma estrela semelhante ao 
Sol chamada Kepler 78, mas está bem mais perto dela do que nós do Sol.
Para determinar a massa exata dele, dois grupos independentes de 
astrônomos (um liderado pelo Instituto de Astronomia da Universidade do 
Havaí, nos EUA, e outro pela Universidade de Genebra, na Suíça) mediram 
"oscilações" na luz da estrela hospedeira enquanto o planeta circulava 
em volta dela. Um grupo chegou à conclusão de que a massa desse planeta é
 1,69 vez a nossa, e o outro calculou 1,86 vez, usando uma escala 
similar.
A densidade analisada variou de 5,3 a 5,57 gramas por centímetro 
cúbico, respectivamente, o que indica uma composição rochosa parecida 
com a da Terra.
Apesar de ser muito semelhante ao nosso planeta, o Kepler-78b está 
próximo demais de sua estrela principal, razão pela qual ele tem seu 
período orbital muito curto – uma volta completa em torno do astro dura 
apenas 8,5 horas – e temperaturas altíssimas (entre 1.500° C e 3.000° 
C).
Embora hoje se acredite que não haja nenhuma possibilidade de vida na 
superfície desse planeta, ele "constitui um sinal animador para a busca 
de mundos habitáveis fora do nosso Sistema Solar", disse o astrônomo 
Drake Deming, da Universidade de Maryland, nos EUA, em um comentário 
separado publicado na "Nature".
Segundo o astrônomo, a existência desse planeta hostil "tem pelo menos o
 mérito de mostrar que planetas extrassolares com uma constituição 
semelhante à da Terra não são um fato extraordinário" na Via Láctea, e 
que é possível encontrar outros com critérios mais compatíveis com 
alguma forma de vida.
Além das universidades do Havaí e de Genebra, participaram da pesquisa 
cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da 
Universidade da Califórnia, em Berkeley e em Santa Cruz, e da 
Universidade Yale, todas nos EUA.
Kepler com defeito
Lançado em março de 2009 pela agência espacial americana (Nasa) para identificar exoplanetas rochosos na zona habitável de suas estrelas hospedeiras, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, bilhões de candidatos a "novas Terras", como o Kepler-78b. A zona habitável de uma estrela é a região onde a quantidade de radiação emitida permite que a temperatura no planeta se mantenha em níveis para que a água exista em estado líquido.
Lançado em março de 2009 pela agência espacial americana (Nasa) para identificar exoplanetas rochosos na zona habitável de suas estrelas hospedeiras, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, bilhões de candidatos a "novas Terras", como o Kepler-78b. A zona habitável de uma estrela é a região onde a quantidade de radiação emitida permite que a temperatura no planeta se mantenha em níveis para que a água exista em estado líquido.
A missão do telescópio terminou em novembro do ano passado, e depois 
disso ele começou a trabalhar em uma missão adicional de mais quatro 
anos. Um defeito em duas de suas rodas que lhe davam estabilidade e 
precisão, porém, impediram o equipamento de continuar funcionando 
totalmente, e a Nasa já desistiu das tentativas de restabelecer suas 
atividades por completo.
 
 
Concepção artística mostra exoplaneta Kepler-78b próximo à sua estrela principal
(Foto: Divulgação/Cristina Sanchis Ojeda/MIT)
  
 
 

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