Professor Germano Afonso apresenta sua pesquisa na Coopavel com a ajuda de um planetário inflável
Lenara Londero | reportagem@canalrural.com.br
Quando estudamos a história das civilizações antigas na escola, aprendemos que naquele tempo em que os calendários ainda não haviam sido inventados os homens se guiavam pela posição dos astros para saber onde estavam e que estação climática estava próxima. Mas dificilmente reparamos como a astronomia, ciência que estuda a posição dos corpos celestes, pode ter relação com a agricultura. Este é o objetivo do pós-doutor em Astronomia pela Universidade de Paris, Germano Afonso.
Tendo como base uma estrutura inflável que reproduz o ambiente de um planetário, Afonso tem promovido sessões diárias de explicações sobre o papel da lua no campo para os agricultores que visitam o Show Rural Coopavel. O astrônomo, que há 16 anos estuda o conhecimento indígena brasileiro sobre os astros, quer montar um mapa do conhecimento de produtores sobre a relação entre as fases lunares e a agropecuária.
- O agricultor sabe que a melhor época pra podar a parreira é no início de agosto, quando a lua está minguante. Se você perguntar pra ele o motivo, ele vai dizer que não sabe, mas que o pai e o avô dele sempre fizeram assim, e é assim que dá certo. Estou buscando uma explicação científica para essa crença – exemplifica.
Após anos de pesquisas em etnoastronomia com índios, Germano agora quer investigar o conhecimento tradicional de agricultores ("os caboclos, aqueles que vivem na terra e da terra mesmo, os pequenos") sobre a ligação entre a lua e o sucesso da lavoura. O professor da Universidade Federal do Paraná acredita que a chave do mistério está na diferença de luminosidade proporcionada por cada fase do satélite da Terra.
- Os índios me ensinaram que o que influência não vem da atração gravitacional, que tem peso sobre as marés, mas sim da diferença de luz, porque quanto mais luz há, mais os insetos e pragas ficam ativos, agitados – logo, proporcionam maior prejuízo se o manejo da lavoura for feito em épocas de lua crescente ou cheia – explica.
Germano Afonso chama seu empreendimento de "resgate do conhecimento astronômico e sua aplicação na agricultura". Ele justifica seu interesse: se o Sol é indispensável para a agricultura, a Lua também tem papel fundamental .
- O conhecimento popular é muito desacreditado, mas há muita sabedoria no que o homem do campo diz e faz há décadas, séculos. O papel do cientista é resgatar esse conhecimento e sistematizá-lo, para que cada vez mais pessoas possam ser beneficiadas.
No meio da conversa que estávamos tendo ao lado de seu telescópio instalado em um estande da Coopavel, Germano se levantou, foi até um homem que estava passando pela feira, certificou-se de que ele era agricultor e perguntou: "O senhor acha que a lua tem alguma influência na hora de plantar, colher, podar?"
- Tem muitas plantas que cortamos na lua minguante. E tem plantas de raiz longa que, se plantar quando a lua é crescente, se desenvolvem pra cima da terra, ao invés de enterrar as raízes. Aí a planta fica fraca, então tem que plantar na minguante – respondeu o produtor de Ampére (PR) Antônio Pasqualotto, demonstrando estranheza pela pergunta, mas confirmando involuntariamente a teoria do professor Germano Afonso.
Atualmente o professor e pesquisador conta com apoio do Instituto Brasileiro de Assistência Social, Esportiva e Saúde (IBASS Corporate), uma organização da sociedade civil criada para administrar iniciativas voltados à educação, esporte, saúde, cultura, meio ambiente e projetos sociais. Ele revela que resolveu trazer o planetário móvel à Coopavel para disseminar sua pesquisa, estar em contato com os agricultores e também para atrair investidores interessados em financiar seu trabalho.
- Quero viajar por todas as regiões agrícolas do Paraná, conversar com os agricultores, aprender o que eles têm a dizer. Mas para isso preciso de recursos para deslocamento, alojamento, porque pesquisar também dá despesa. Pra chegar perto do conhecimento é preciso ouvir o agricultor de verdade, ir no lugar em que ele vive - explica.
CANAL RURAL
Tendo como base uma estrutura inflável que reproduz o ambiente de um planetário, Afonso tem promovido sessões diárias de explicações sobre o papel da lua no campo para os agricultores que visitam o Show Rural Coopavel. O astrônomo, que há 16 anos estuda o conhecimento indígena brasileiro sobre os astros, quer montar um mapa do conhecimento de produtores sobre a relação entre as fases lunares e a agropecuária.
- O agricultor sabe que a melhor época pra podar a parreira é no início de agosto, quando a lua está minguante. Se você perguntar pra ele o motivo, ele vai dizer que não sabe, mas que o pai e o avô dele sempre fizeram assim, e é assim que dá certo. Estou buscando uma explicação científica para essa crença – exemplifica.
Após anos de pesquisas em etnoastronomia com índios, Germano agora quer investigar o conhecimento tradicional de agricultores ("os caboclos, aqueles que vivem na terra e da terra mesmo, os pequenos") sobre a ligação entre a lua e o sucesso da lavoura. O professor da Universidade Federal do Paraná acredita que a chave do mistério está na diferença de luminosidade proporcionada por cada fase do satélite da Terra.
- Os índios me ensinaram que o que influência não vem da atração gravitacional, que tem peso sobre as marés, mas sim da diferença de luz, porque quanto mais luz há, mais os insetos e pragas ficam ativos, agitados – logo, proporcionam maior prejuízo se o manejo da lavoura for feito em épocas de lua crescente ou cheia – explica.
Germano Afonso chama seu empreendimento de "resgate do conhecimento astronômico e sua aplicação na agricultura". Ele justifica seu interesse: se o Sol é indispensável para a agricultura, a Lua também tem papel fundamental .
- O conhecimento popular é muito desacreditado, mas há muita sabedoria no que o homem do campo diz e faz há décadas, séculos. O papel do cientista é resgatar esse conhecimento e sistematizá-lo, para que cada vez mais pessoas possam ser beneficiadas.
No meio da conversa que estávamos tendo ao lado de seu telescópio instalado em um estande da Coopavel, Germano se levantou, foi até um homem que estava passando pela feira, certificou-se de que ele era agricultor e perguntou: "O senhor acha que a lua tem alguma influência na hora de plantar, colher, podar?"
- Tem muitas plantas que cortamos na lua minguante. E tem plantas de raiz longa que, se plantar quando a lua é crescente, se desenvolvem pra cima da terra, ao invés de enterrar as raízes. Aí a planta fica fraca, então tem que plantar na minguante – respondeu o produtor de Ampére (PR) Antônio Pasqualotto, demonstrando estranheza pela pergunta, mas confirmando involuntariamente a teoria do professor Germano Afonso.
Atualmente o professor e pesquisador conta com apoio do Instituto Brasileiro de Assistência Social, Esportiva e Saúde (IBASS Corporate), uma organização da sociedade civil criada para administrar iniciativas voltados à educação, esporte, saúde, cultura, meio ambiente e projetos sociais. Ele revela que resolveu trazer o planetário móvel à Coopavel para disseminar sua pesquisa, estar em contato com os agricultores e também para atrair investidores interessados em financiar seu trabalho.
- Quero viajar por todas as regiões agrícolas do Paraná, conversar com os agricultores, aprender o que eles têm a dizer. Mas para isso preciso de recursos para deslocamento, alojamento, porque pesquisar também dá despesa. Pra chegar perto do conhecimento é preciso ouvir o agricultor de verdade, ir no lugar em que ele vive - explica.
CANAL RURAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário