CLAUDIO ANGELO
Editor de Ciência da Folha de S.Paulo
Editor de Ciência da Folha de S.Paulo
A sonda Cassini passa bem após o sobrevôo mais próximo já feito de uma lua: na tarde de quarta-feira (12), ela esteve a apenas 52 quilômetros da superfície de Encélado, o satélite mais temperamental de Saturno.
O objetivo da aproximação foi justamente observar de perto o mau humor desse astro. Ele se manifesta na forma de jatos de gás e gelo que saem do pólo Sul de Encélado e se estendem por mais de 700 quilômetros espaço afora.
Os chamados gêiseres de Encélado têm sido um mistério para os cientistas desde que foram detectados pela primeira vez, há dois anos e meio. Eles são um sinal de que aquela lua está geologicamente ativa, cuspindo parte do material que forma um dos anéis de Saturno.
Só que, segundo as teorias correntes de formação de planetas, Encélado não deveria ter atividade nenhuma. "Seu diâmetro é um pouco maior que a distância do Rio a São Paulo", conta a vulcanóloga Rosaly Lopes, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (agência espacial dos EUA).
Com esse tamanho, mesmo que tivesse um núcleo radioativo, essa radiação já teria se dissipado há muito tempo, deixando o interior da lua tão frio quanto sua superfície.
Algo mantém o interior suficientemente quente para produzir essa atividade, diz Lopes.
Para tentar entender melhor o que acontece dentro da lua, cientistas da Nasa e da ESA (agência espacial européia) tomaram uma decisão radical: voar com a Cassini literalmente dentro da pluma de partículas e gás expelida por Encélado.
Com isso, instrumentos a bordo da sonda poderiam captar diretamente os respingos e analisar sua composição. Assim seria possível ter pistas da origem da atividade na lua.
O problema é que há risco nesse tipo de mergulho. "À velocidade que a Cassini viaja, partículas de um milímetro de diâmetro poderiam causar danos sérios à espaçonave", escreveu John Spencer, outro cientista da missão.
Cálculos feitos pelos cientistas indicavam que o risco era relativamente baixo. Mesmo assim, os responsáveis pela Cassini resolveram apenas "molhar os pés" no jato gelado: a entrada na pluma ocorreu à altitude de 200 km.
"Parece que tudo deu certo com o sobrevôo", disse Lopes à Folha. Os primeiros resultados científicos, no entanto, só saem na semana que vem.
O objetivo da aproximação foi justamente observar de perto o mau humor desse astro. Ele se manifesta na forma de jatos de gás e gelo que saem do pólo Sul de Encélado e se estendem por mais de 700 quilômetros espaço afora.
Os chamados gêiseres de Encélado têm sido um mistério para os cientistas desde que foram detectados pela primeira vez, há dois anos e meio. Eles são um sinal de que aquela lua está geologicamente ativa, cuspindo parte do material que forma um dos anéis de Saturno.
Só que, segundo as teorias correntes de formação de planetas, Encélado não deveria ter atividade nenhuma. "Seu diâmetro é um pouco maior que a distância do Rio a São Paulo", conta a vulcanóloga Rosaly Lopes, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (agência espacial dos EUA).
Com esse tamanho, mesmo que tivesse um núcleo radioativo, essa radiação já teria se dissipado há muito tempo, deixando o interior da lua tão frio quanto sua superfície.
Algo mantém o interior suficientemente quente para produzir essa atividade, diz Lopes.
Para tentar entender melhor o que acontece dentro da lua, cientistas da Nasa e da ESA (agência espacial européia) tomaram uma decisão radical: voar com a Cassini literalmente dentro da pluma de partículas e gás expelida por Encélado.
Com isso, instrumentos a bordo da sonda poderiam captar diretamente os respingos e analisar sua composição. Assim seria possível ter pistas da origem da atividade na lua.
O problema é que há risco nesse tipo de mergulho. "À velocidade que a Cassini viaja, partículas de um milímetro de diâmetro poderiam causar danos sérios à espaçonave", escreveu John Spencer, outro cientista da missão.
Cálculos feitos pelos cientistas indicavam que o risco era relativamente baixo. Mesmo assim, os responsáveis pela Cassini resolveram apenas "molhar os pés" no jato gelado: a entrada na pluma ocorreu à altitude de 200 km.
"Parece que tudo deu certo com o sobrevôo", disse Lopes à Folha. Os primeiros resultados científicos, no entanto, só saem na semana que vem.
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