terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Participação de Fábio Carvalho em trabalho sobre tempestades em Júpiter




28/01/2008 - 08h43 - Folha de São Paulo

Tempestades varrem Júpiter e mudam a face do planeta


IGOR ZOLNERKEVIC
Colaboração para a Folha de S.Paulo

Quando estiver preso em um engarrafamento causado pelas chuvas, relaxe.


Olhe para o céu e pense:


"Podia ser dez vezes pior, podia ser uma tempestade monstro de Júpiter".


Ano passado, nuvens tempestuosas com mais de 100 km de altura varreram o planeta Júpiter, dando uma retocada em seu famoso visual de faixas coloridas.


Uma equipe internacional de 25 astrônomos profissionais e amadores, incluindo um brasileiro, observou duas dessas tempestades tingir de vermelho uma faixa branca no hemisfério norte do maior planeta do sistema solar.


Fotos tiradas no início de 2007 no quintal de casa por Fábio Carvalho, de São Carlos (SP), e por mais dois astrônomos amadores na Austrália, chamaram a atenção de pesquisadores que consultavam na internet os arquivos de associações internacionais de astrofotógrafos.


Eles notaram o que parecia o topo redondo de uma coluna de nuvens brancas tempestuosas crescendo e emergindo, como um cogumelo de bomba atômica, acima da eterna cobertura jupiteriana de nuvens em redemoinhos.


Em 25 de março de 2007, nove horas depois do telescópio espacial Hubble começar a monitorar a tempestade em Júpiter, outra coluna surgiu na mesma região do planeta.

As duas se formaram na crista da corrente de ar mais veloz de Júpiter, situada no meio de seu hemisfério norte.

Em pouco mais de um dia atingiram 2.000 km de extensão, e mais tarde cobriam uma área maior do que a da Lua.

Elas circundaram Júpiter a uma velocidade de 600km/h, deixando um rastro rubro de turbulência que coloriu a faixa branca.


Durante mais de 45 dias, astrônomos amadores em vários países ajudaram a acompanhar o movimento das duas tempestades, complementando as observações pontuais do Hubble e do Telescópio Infravermelho da Nasa, no Havaí.


A análise dessas observações, publicada na revista científica "Nature" da semana passada, ajuda a entender melhor ventos fortes e estreitos chamados de correntes de jatos, que circulam tanto na alta atmosfera de Júpiter quanto na terrestre.

"Em Júpiter, há 16 desses jatos que, ninguém sabe como, criam o padrão de faixas coloridas do planeta", explica Augustín Sánchez-Lavega, da Universidade do País Basco, Espanha, principal autor do estudo.


Planeta azul


Na Terra, há apenas dois jatos, um em cada hemisfério.

Eles serpenteiam constantemente ao redor do globo a uma altura de mais ou menos 12 km.

Suas freqüentes mudanças influenciam o tempo em todo o planeta.

"Muitas entradas de frentes frias em São Paulo são causadas por variações nas correntes de jato", diz o meteorologista Amauri de Oliveira, da Universidade de São Paulo, que não participou da pesquisa.


Os jatos de Júpiter, pelo contrário, são quase retos e mudam pouco. Muito raramente --como foi observado em 1975, 1990 e agora em 2007--, duas tempestades brotam do pico dos jatos e perturbam os céus do planeta.

"Parece um fenômeno periódico, algo surpreendente em uma atmosfera turbulenta e caótica como a de Júpiter", diz Sánchez-Lavega.


O estudo dele indica que as tempestades se formam quando uma coluna de 120 km de nuvens sobe 30 km acima do topo da cobertura normal de nuvens da atmosfera de Júpiter.

Essas nuvens trazem à tona cristais de gelo de água, amônia e sulfidrato de amônio, que em contato com a luz do sol deixam o ar avermelhado.


Essas nuvens sobem movidas pelo calor produzido no interior de Júpiter, concluíram os pesquisadores.

Ao contrário da Terra, onde a força de ventos e chuvas vem do calor do Sol, acredita-se que a principal fonte de energia da circulação atmosférica em Júpiter é o calor produzido quando o seu núcleo de hidrogênio líquido e metálico encolhe, comprimido pelo próprio peso.

O planeta é essencialmente uma bola de gás 1.300 vezes maior que a Terra, mas que diminui de tamanho mais ou menos 3 cm todo ano.


"Nós examinamos só o creme por cima de um bolo de informações", diz Glenn Orton, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, co-autor do estudo.

A campanha de observações de 2007 coincidiu com a passagem por Júpiter da sonda New Horizons da Nasa, em sua jornada rumo a Plutão.

A New Horizons fotografou de perto tempestades estranhas no hemisfério sul que os pesquisadores também estão analisando.

Outros trabalhos fotográficos de Fábio Carvalho em



Posted by:
Lucimary Vargas
Além Paraíba-MG-Brasil
observatorio.monoceros@gmail.com



http://br.groups.yahoo.com/group/Observatorio_Monoceros/





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