12/02/2008
Agência FAPESP – O primeiro satélite brasileiro completou 15 anos de operação no sábado (9/2). Apesar de tanto tempo em órbita, o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) se mantém plenamente operacional, retransmitindo informações para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.
Projetado, construído e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o satélite foi lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, com a expectativa de apenas um ano de vida útil.
"A longevidade do SCD-1 – e também do SCD-2, que completou dez anos em outubro – é resultado de alta competência tecnológica, do rigor empregado no projeto e processo de qualificação, tanto no nível de componentes como de subsistemas, e do delicado processo de integração e testes", disse Valcir Orlando, do Centro de Rastreio e Controle de Satélites do Inpe.
Em seu 15º aniversário, o satélite completará 79.152 voltas em torno da Terra, tendo percorrido mais de 3,5 bilhões de quilômetros, equivalente a 4.665 viagens de ida e volta à Lua.
Viajando a uma velocidade orbital da ordem de 27 mil quilômetros por hora, o SCD-1 tem órbita circular de aproximadamente 750 quilômetros de altitude, com 25 graus de inclinação em relação ao plano do Equador. Nesses 15 anos, os técnicos do Inpe executaram 36 manobras de reorientação de seu eixo de rotação, sendo que o satélite recebeu um total de aproximadamente 183.140 telecomandos.
O lançamento do SCD-1 foi o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, que consiste de uma rede de satélites em órbita baixa que retransmitem a um centro de missão os dados ambientais recebidos de um grande número de plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional.
Atualmente, o Sistema de Coleta de Dados é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2, CBERS-2 e CBERS-2B, sendo que suas informações são distribuídas a diversas instituições no Brasil e no exterior.
O satélite capta e retransmite os sinais das plataformas para a estação de recepção e processamento do Inpe em Cuiabá (MT) e depois os dados são transmitidos para a unidade de Cachoeira Paulista (SP), onde ficam à disposição das empresas e instituições usuárias do sistema.
Segundo o Inpe, os dados coletados pelo satélite SCD-1 são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos sobre correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, entre outras. Uma aplicação de grande relevância é o monitoramento das bacias hidrográficas, que fornecem dados fluviométricos e pluviométricos.
Mais informações: http://satelite.cptec.inpe.br/PCD
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